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Grande Entrevista

"A Afrobarómetro divulga o ponto de vista da população, quer o governo goste ou não"

Grande Entrevista a Gymah-Boadi, director executivo do Afrobarómetro

Após uma primeira aproximação falhada, o Afrobarómetro procura um parceiro nacional para actuar em Angola, já em 2019. Gymah-Boadi assegura que o centro de sondagens está ao serviço das populações e empresas e não dos governos, com "resultados 100% fiáveis".

O Afrobarómetro foi criado em 1999. Porque é que só agora chega a Angola?
Não vamos abrir um escritório em Angola, estamos à procura de um parceiro. Em todo o local onde fazemos pesquisas, trabalhamos com parceiros locais e para isso o país deve ser razoavelmente aberto, política e socialmente.

É o caso de Angola?
Sim. Vemos isso pelo que os meios de comunicação social internacional escrevem, falamos com as pessoas e constatamos que o ambiente político começa a abrir-se. A segunda razão pela qual não viemos antes é que trabalhamos com amostras nacionais e a única forma de as obter, com credibilidade técnica e representatividade nacional, é através de um censo geral credível e actualizado. Nós temos de ter censos com menos de 10 anos, senão não conseguimos fazer as amostras. Nesse caso, preferimos não trabalhar no país. Angola fez o último em 2014.

Já identificaram o parceiro com quem querem trabalhar?
Não. Estamos a explorar, vamos seleccionar um ou dois parceiros, com credibilidade, que não sejam alinhados politicamente e, mais importante, que tenham qualificações técnicas para este tipo de trabalho. Providenciamos assistência técnica e damos garantia de qualidade.

Que tipo de parceiros vos interessa?
Estamos a falar com universidades, organizações não governamentais, centros de pesquisa, social e política.

O facto de o País ser muito grande obriga a ter uma equipa grande?
Não. Só precisamos de uma instituição com potencial para fazer trabalho em todo o país. A equipa pode ser pequena e estar baseada em Luanda, mas deve ser capaz de recrutar trabalhadores de campo em todo o País. Refiro-me a pessoal não permanente, temporário. Nós treinamos o pessoal numa semana e eles fazem o trabalho num mês.

Quais são os temas que vão trabalhar em Angola?
Nós cobrimos temas políticos, económicos, sociais, valores e atitudes. Também avaliamos o desempenho do governo e serviços públicos, em áreas-chave, como água, educação, serviços sanitários, saúde, etc. E o acesso da população a recursos, como carro, telemóvel, internet, rádio, TV, jornais e habitação. (...)


(Leia a entrevista integral na edição 488 do Expansão, de sexta-feira 31 de Agosto de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)