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Angola

José Eduardo dos Santos sai da cena política ao fim de 39 anos com a paz e a crise no currículo

Transição na liderança do MPLA

É uma saída tardia, consideram alguns analistas, mas "pacífica e sem sobressaltos", segundo o próprio. José Eduardo dos Santos deixa a liderança do MPLA ao fim de 39 anos, 38 dos quais também como Presidente da República, período cujo balanço oscila entre a visão do "arquitecto da paz" e a do líder que deixou o País em crise.

O VI Congresso Extraordinário do Movimento Popular da Independência de Angola (MPLA), no próximo sábado, dia 8, deverá marcar o fim da carreira política de José Eduardo dos Santos, 39 anos depois de ter sucedido a Agostinho Neto na presidência do partido e do País, cargos que acabou por ocupar durante as quase quatro décadas seguintes.

A saída de cena, aos 76 anos, concretiza a intenção de não se recandidatar à presidência do MPLA, anunciada em 2016, e a de assegurar uma transição sem sobressaltos. Clarifica, também, que quem governa o País é João Lourenço, de 64 anos, actual vice-presidente do partido, empossado Presidente da República em Setembro de 2017.

"Esta é a transição que todos desejamos, que se processe de forma pacífica, normal, natural, sem quaisquer sobressaltos, demonstrando- se assim a maturidade política do MPLA, como um partido com mais de 60 anos de existência", disse José Eduardo dos Santos em Maio, no discurso de abertura da segunda sessão extraordinária do Comité Central do partido.

Apesar de tranquila, a transição não convence todos os quadrantes, nem é consensual o balanço destes quase 40 anos. O legado que deixa na história divide-se entre o do "arquitecto da Paz", pelo seu trabalho de reconciliação nacional durante e no pós-guerra civil, e o do governante que não foi capaz de diversificar a economia e que acabou por deixar o País mergulhado numa grave crise económica.


*com Agências


(Leia o artigo integral na edição 489 do Expansão, de sexta-feira 7 de Setembro de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)