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Angola

Investimento público cai mais de dois terços em termos reais

Depois da crise

A inflação, que entre Dezembro de 2013 e o mesmo mês de 2019 deverá rondar os 196% - números do Governo - é a pricipal causa deste trambolhão naquela que é considerada a "boa" despesa, pois, se bem projectado, bem construído e bem fiscalizado, o investimento público tem efeitos positivos nos anos seguintes.

O investimento público em Angola deverá sofrer um corte de 68% em termos reais com a crise, de acordo com cálculos do Expansão a partir da proposta de Orçamento Geral do Estado para o próximo ano.

Em termos nominais, o OGE entregue na Assembleia Nacional na semana passada prevê investimentos de 1,3 biliões Kz, um recuo de 4,5% face aos 1,4 biliões investidos em 2013, último ano antes da crise iniciada com o trambolhão do preço do petróleo em meados de 2014. Contudo, se tivermos em conta que os preços praticamente triplicam no período - a taxa de inflação entre Dezembro de 2013 e o mesmo mês de 2019 deverá rondar os 196% de acordo com a previsão do Governo - concluímos que, em termos reais, o investimento público "afunda" os referidos 68%.

Se bem projectado, bem construído e bem fiscalizado, o investimento público é considerado "boa" despesa, já que o dinheiro gasto num ano tem efeitos positivos nos anos seguintes. Isto por oposição à despesa corrente - pessoal, bens e serviços, juros e transferências -, despesa que se esgota no ano em que é efectuada e por isso é classificada de "má" despesa. Este tipo de despesa passou de 3,4 biliões em 2013 para 5,6 biliões Kz em 2018, um aumento nominal de cerca de 63%. Mas se descontarmos a inflação no período a despesa corrente regista uma queda de quase 45%.


(Leia o artigo integral na edição 498 do Expansão, de sexta-feira 9 de Novembro de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)