Os dilemas da Operação Resgate
As leituras sobre a Operação Resgate são confusas, contraditórias e, às vezes, até inócuas. Para alguns, ela veio colocar ordem na desorganização, na impunidade e no populismo reinante. Para outros, ela veio agudizar as clivagens sociais, uma cruzada de vitimização dos que menos têm, contra os pobres. Estas vociferam radicais.
Estas últimas aduzem a ideia de que se age sem se focar nos problemas, nas consequências. Esquecem-se que todas as soluções precisam, também, de transformações, de acreditar que elas são possíveis. Para isso, temos de fazer escolhas, abrir a mente e o coração, as possibilidades que se nos oferecem.
Por causa dessas dissonâncias, nos últimos dias, os órgãos envolvidos na operação abrandaram o ritmo. Melhor, afrouxaram a actuação e a libertinagem voltou. Mas também é compreensível, tudo é complexo. A gestão política e administrativa faz-se estrategicamente avaliando a balança.
A vida não obedece à lógica binária. E, ao que parece, as autoridades procuram gerir, relacionando confluências políticas, sociais e narrativas discursivas. Por isso, em alguns casos, a baderna continua.
Mas há diferentes maneiras de enfrentar o problema. Existem inúmeras alternativas de pensar, que podem fazer com que tomemos as melhores decisões frente aos desafios. Mas as leis e o respeito pelas normas para a convivência social harmoniosa não podem ser encaixotados. A legalidade tem de imperar, gostemos ou não. (...)
(Leia o artigo integral na edição 501 do Expansão, de sexta-feira, dia 30 de Novembro de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)