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Opinião

Diversificação? Daqui a 10 anos voltaremos a falar

Editorial

"Angola tem de dar passos seguros, rápidos e eficientes na diversificação da sua economia, sobretudo, em sectores que sejam intensivos em mão-de-obra e que possam garantir a produção interna de produtos que, hoje, são importados, quer na agricultura e pescas, quer na indústria. O objectivo é preparar a nossa economia para não ficar tão exposta a choques externos".

"A excessiva dependência do petróleo é um factor limitador para Angola se afirmar como uma potência regional. Para o resolver é essencial aumentar a competitividade dos restantes sectores económicos, o que deverá passar por assegurar um sector privado vibrante e um conjunto de reformas que criem as condições infra-estruturais para o seu desenvolvimento sustentável".

"A prioridade para a economia nacional é tornar o sector privado mais competitivo. A agência [ANIP] terá um papel instrumental no sentido de incentivar e facilitar o investimento privado nacional e estrangeiro para que desta forma o sector possa paralelamente ao investimento público contribuir para erradicar a pobreza e melhorar a qualidade de vida dos angolanos".

"Hoje o País precisa de postos de trabalho, temos um problema social que [nós os empresários angolanos] temos de resolver [investindo em Angola] e depois vamos ver o que vamos investir nos outros [países]".

"A demografia pode ser um desafio ao crescimento económico sustentável. Outra área problemática é a manutenção de todos os equipamentos sociais e a manutenção das novas infra- -estruturas. Mas o mais importante em termos estruturais para o desenvolvimento de um país é a qualificação dos recursos humanos. Não há qualquer possibilidade de as economias registarem crescimento económico e sustentável sem a existência de uma força de trabalho qualificada".

Os parágrafos anteriores foram retirados do Expansão de 20 de Fevereiro de 2009, que se baseou nas apresentações da conferência de lançamento do jornal que teve como tema "os desafios da economia angolana".

Passados dez 10 anos, os desafios que Angola enfrenta continuam os mesmos, com a diversificação à cabeça. Pelo menos é o que ouvimos nas inúmeras conferências e seminários que decorrem um pouco pelo País fora, em especial em Luanda.

"[A diversificação] ficou-se mais pela retórica", reconhece Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social que, para inverter a situação, aposta todas as fichas na nova liderança. Daqui a dez anos, no 20º aniversário do Expansão, voltaremos a falar.


Editorial da edição n.º 512, de 22 de Fevereiro de 2019, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.