FMI dá "luz verde" a segunda tranche mas deixa recados
Numa altura em que Angola já falhou o cumprimento de algumas das metas do programa, o Fundo deixa cair o critério de desempenho contínuo sobre a não acumulação de atrasados externos. FMI quer mais consolidação orçamental, menos despesas e maior captação de impostos.
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) desbloqueou a segunda tranche do financiamento a Angola, no valor de 248,15 milhões USD, depois de ter concluído a primeira revisão ao programa de financiamento ampliado, mas ainda assim deixa vários recados ao Executivo no sentido de continuar a consolidação fiscal e a diminuir despesas.
"A consolidação fiscal continuará em 2019, sob o orçamento revisto recentemente aprovado. Isto é apoiado por um envelope de gastos conservador, que preserva os gastos sociais, e pela mobilização de receitas não petrolíferas, incluindo a adopção de um imposto sobre o valor acrescentado em meados de 2019. Uma postura fiscal prudente e a adesão à estratégia de gestão da dívida recentemente publicada são importantes para garantir a sustentabilidade da dívida", refere David Lipton, vice-director executivo do FMI, numa nota disponibilizada no site da instituição sedeada em Washington.
O responsável acrescenta que seguir a flexibilidade da taxa de câmbio e a eliminação das restrições remanescentes nos mercados de câmbio "são ainda necessárias para restaurar a competitividade externa e facilitar a formação de preços baseada no mercado" e que "uma política monetária mais restritiva ajudará a apoiar o regime de taxa de câmbio flexível e a manter a inflação sob controlo".
(Leia o artigo na integra na edição 528 do Expansão, de sexta-feira 14 de Junho de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)