Avaliação de activos pode levar a fusões ou ao fecho de bancos menos capitalizados
A conclusão do processo de avaliação de activos ditará o encerramento de alguns bancos que operam no mercado. Especialistas reconhecem que o número de instituições bancárias está acima das necessidades e acreditam que a sobrevivência vai depender da capacidade de cada banco em função das exigências do BNA e do próprio mercado.
Alteração das estruturaas accionistas dos bancos é que o perspectivam os oradores do IX Fórum Banca promovido pelo Expansão, realizado na última sexta-feira 28 de Junho.
A posição dos banqueiros Daniel Santos, Millennium Atlântico, Eduardo Clemente, Standard Bank, Jaime Pereira, BIC, Jorge Ferreira, BFA, Luís Lélis, BAI e Óscar Mata, Keve, foi manifestada durante a mesa redonda que abordou "As Reformas e Desafios da Banca Angola" no âmbito do programa económico do FMI.
Perante uma plateia de 936 participantes ligados a banca e outros sectores da economia, os oradores justificaram as suas posições olhando para o processo de avaliação de activos dos bancos que está a ser realizado pelo Banco Nacional de Angola. Jaime Pereira, administrador do BIC, não espera "grandes" alterações entre os seis bancos mais relevantes do sistema por estarem consolidados e terem cumprido com as exigências do banco central.
"Todos estes bancos que de alguma forma estão nesta linha da frente têm as suas contas auditadas há muitos anos, têm o respaldo de normas internacionais de contabilidade que têm sido sucessivamente aplicadas. E portanto, não espero surpresas significativas neste processo de análise de activos".
Este profissional da banca considera relevante o processo de avaliação de activos porque coloca todos os bancos dentro das mesmas bases de comparação, apesar das diferenças existentes entre os bancos. "Todos os processos de cálculos de imparidades e provisões têm sempre uma natureza subjectiva de análise. E ao procurar introduzir regras que são transversais a todas instituições torna o processo mais comparável e com uma maior transparência".
Este processo de avaliação de activos no entender de Eduardo Clemente, administrador do Standard Bank, acompanha o crescimento do mercado à semelhança do que já aconteceu em outros países, exigindo mais das instituições bancárias e do órgão regulador. E isso vai fazer com que os bancos menos consolidados fiquem pelo caminho.
"Acho que nos próximos 5 a 10 anos, tendo em conta o número de bancos que existem em Angola, possa haver movimentos de consolidação. Não serão os primeiros, já houve um e está consolidado. Está provado que se pode fazer em Angola. É uma forma natural da evolução do próprio mercado bancário", defendeu
Eduardo Clemente falou da possibilidade do seu banco comprar participações em outros bancos em função da estratégia do grupo e do cenário que se avizinha. " A entrada do Standard Bank em países africanos foi feita por via de aquisição, a única excepção foi Angola. Por isso pode acontecer". (...)
(Leia o artigo integral na edição 531 do Expansão, de sexta-feira, dia 5 de Julho de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)