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Governo quer pacto com oposição para evitar 'default'

VITÓRIA DE CANDIDATO DA OPOSIÇÃO NA ARGENTINA AFUNDA MOEDA

O governo da Argentina tenta fazer um pacto com o candidato da oposição, que venceu com larga vantagem as primárias das eleições presidenciais de 27 de Outubro, para sossegar os mercados. Com a vitória da oposição, a moeda desvalorizou 29% e as empresas argentinas cotadas em bolsa perderam metade do seu valor.

A Argentina recorreu ao ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso para beber da experiência do Brasil, quando Lula da Silva venceu as primeiras presidenciais, numa tentativa de acalmar os mercados, estancar a queda do peso argentino, impedir que a taxa de risco do país, que disparou para os 125%, suba ainda mais e evitar o "default" da dívida pública.

Os mercados reagiram com nervosismo à vitória do candidato da esquerda Alberto Fernández, nas eleições primárias do dia 11 de Agosto, com uma "inesperada diferença" de 15% do actual Presidente de direita, Maurício Macri, e a libra argentina afundou, perdendo 29% do seu valor.

Com a abrupta queda do peso, as maiores empresas argentinas perderem metade do seu valor e o país entrou numa crise política, que teve como primeira consequência a saída do ministro das Finanças, Nicolas Dujovne, figura central no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que foi assinado em 2018.

O resultado das eleições primárias, que funcionam como uma primeira volta das eleições presidenciais de 27 de Outubro anteciparam dificuldades na reeleição de Macri e criou um cenário favorável a um iminente risco de "default" da dívida pública, que o Governo tenta a todo o custo evitar.

O novo ministro das Finanças, Hernan Lacunza, que dirigiu o banco central entre 2005 e 2010, afirmou na terça-feira que a sua prioridade é a estabilização da moeda e comprometeu-se a respeitar os objectivos orçamentais fixados no acordo com o Fundo Monetário Internacional. O FMI, no mesmo dia, anunciou, em comunicado, o envio de uma missão a Buenos Aires para "seguir de perto" a situação financeira no país.

Em Julho, o FMI desbloqueou 5,4 mil milhões USD, elevando para 38,9 mil milhões o montante já concedido à Argentina, num valor global aprovado de 57 mil milhões USD. O país, que desde 2018 já registou duas crises monetárias, está em recessão há dois anos, com uma taxa de pobreza de 32% e uma taxa de inflação anual de 55%, uma das mais altas do mundo. (...)

(Leia o artigo integral na edição 538 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Agosto de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)