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Empresas & Mercados

Comunicação social do Estado recebeu 81 milhões USD em subsídios mas teve prejuízos

TPA É A CAMPEÃ DOS PREJUÍZOS

O aumento dos subsídios às empresas de comunicação social públicas acontece numa altura em que os órgãos de comunicação privados enfrentam dificuldades financeiras para fazer face às suas obrigações, já que o País vem de três recessões consecutivas e as vendas de publicidade têm vindo a cair. Preços para impressão de jornais subiram 50% no último ano.

A TPA, RNA, Edições Novembro (Jornal de Angola) e a Angop, empresas de comunicação social do Estado, receberam, em 2018, 21 mil milhões Kz em subsídios estatais, representando um aumento de 17% face aos 18 mil milhões em 2017, mas ainda assim as empresas obtiveram, em conjunto, prejuízos de 810 milhões Kz, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios e contas destas cinco empresas.

Apesar de terem registado um aumento nos subsídios em kwanzas, se o cálculo for feito em dólares, verifica-se uma redução de 25%, passando dos 108,7 milhões USD em 2017 (a uma taxa de câmbio média anual de 165,9 Kz por dólar) para 81,2 milhões em 2018 (a uma taxa de câmbio média anual de 258,9 Kz). E a razão prende-se com a desvalorização do kwanza face ao dólar, num processo iniciado em Janeiro de 2018.

Além destas quatro empresas, também a Gráfica Popular publicou no site do IGAPE as suas demonstrações financeiras, mas por se tratar de um balanço do ano, não é possível apurar os valores que terá, ou não, recebido em subsídios do Estado.

Apesar de o Estado ter aumentado os seus subsídios às empresas de comunicação social públicas, estas continuam a registar um prejuízo acumulado de 806 milhões Kz, equivalente a 3 milhões USD. TPA, RNA, Edições Novembro (Jornal de Angola), Angop e Gráfica Popular tinham registado prejuízos em 2017, num valor acumulado de 5,7 mil milhões Kz. Em 2018, esse valor baixou 86% e para isso contribuiu o facto de todas, à excepção da Rádio Nacional de Angola, terem visto aumentar os subsídios do Estado (ver gráficos). Ainda assim, destas empresas, em 2018, só a RNA e a Angop obtiveram lucros.

A Televisão Pública de Angola continua a ser a campeã dos prejuízos e, em 2018, "ganha" um novo título, já que superou a RNA como a empresa de comunicação social do Estado a receber mais subsídios estatais.

(Leia o artigo integral na edição 541 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Setembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)