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Angola

Banco Mundial corta crescimento de Angola em 2019 para 0,7%

ESPECIALISTAS DIZEM QUE É DEMASIADO OPTIMISTA

Apesar da revisão de 1% para 0,7%, Banco Mundial está mais optimista que Governo e FMI sobre o crescimento do PIB angolano. Consultoras e economistas dizem que é difícil fugir a uma quarta recessão, já que a produção (e exportação) de petróleo continua em baixa.

O Banco Mundial reviu esta semana em baixa o crescimento da economia angolana para 2019, passando de 1% para 0,7%, numa previsão mais optimista que os 0,4% apontados pelo Governo e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e contrariando consultoras internacionais e economistas que apontam a uma quarta recessão.

A instituição sediada em Washington apresentou esta semana o 20.º relatório Africa Pulse, no qual revê o crescimento económico da África Subsaariana com um corte de 0,2% para 2,6%, sobretudo devido à redução no investimento e à incerteza quanto à economia global. Contribui para essa revisão também o fraco desempenho das economias angolana, nigeriana e sul-africana, que "valem" 60% do PIB da região.

Depois de em Abril o Banco Mundial ter apontado a um crescimento de 1%, agora prevê que a economia angolana cresça 0,7%, o que, a concretizar-se, significaria o regresso ao crescimento económico depois de três recessões consecutivas. A revisão do Banco Mundial é mais optimista que as previsões do Governo e do FMI, que apontam a uma expansão do PIB em 0,4%. Entretanto, o Expansão apurou que em breve também o FMI deverá rever o crescimento do PIB angolano para 2019.

Apesar de não ter sido possível apurar se a instituição agora liderada pela economista búlgara Kristalina Georgieva irá apontar a uma recessão, certo é que várias consultoras internacionais têm apontado a um crescimento negativo do Produto Interno Bruto angolano este ano. É o caso da Economist Intelligence Unit (EIU), que até vai mais longe e aponta a cinco recessões, ciclo negativo que só será quebrado em 2021. E a "culpa", continua a ser do petróleo, que vale 91% das exportações, cuja produção tem vindo a cair ao longo dos anos.

Acresce que em Julho o Expansão avançou que um indicador do Banco Nacional de Angola (BNA) apontava a novo cenário de recessão em 2019, já que a actividade económica medida pelo banco central afundou 4,4% em Abril, penalizada pela contracção do petróleo, comércio, cimentos e bebidas, indiciando que a economia angolana dificilmente escapará, como alertam até vários especialistas, à recessão em 2019. O Indicador de Actividade Económica (IAE) do banco central demonstra que a actividade económica mantém a tendência contraccionista que se observa desde Janeiro de 2016, já que a queda na produção de petróleo tem como consequência a diminuição das exportações, enquanto a descida das importações e da produção de bebidas revela que o consumo estava em queda. Ao descer a produção de cimento, é porque o investimento também caiu. (...)


(Leia o artigo integral na edição 545 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)