Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

África

Dívida da Eskom põe rating da África do Sul à beira do lixo

MOODY"S DESCRENTE NO PLANO DE REESTRUTURAÇÃO DA ESTATAL DE ELECTRICIDADE

O plano de reestruturação da estatal de electricidade, que fechou o ano com uma perda recorde de 1,3 mil milhões USD, não convenceu a Moody"s que atirou para o lixo a dívida da Eskom, avaliada em 30 mil milhões USD. O rating da dívida do país corre o risco de também ir parar ao lixo.

A agência de notação financeira Moody"s atirou o rating de crédito da Eskom para a categoria de lixo, sinalizando o descrédito no plano de reestruturação da empresa estatal de electricidade anunciado uma semana antes, mas manteve a dívida soberana da África do Sul em Baa3, o nível mais baixo do investimento.

A avaliação da Moody"s, que baixou a perspectiva do rating da África do Sul de "estável" para "negativo", é um sinal vermelho ao programa de reestruturação da Eskom, que anunciou em Julho uma perda recorde de 1,3 mil milhões USD no ano económico que terminou em Março.

A própria Moody"s, que faz eco do cepticismo da imprensa sul-africana no plano de reestruturação do gigante de electricidade, cuja dívida de 30 mil milhões USD tem prejudicado a avaliação do país, alertou que o fracasso do governo de Cyril Ramaphosa em corrigir o crescimento económico mais lento e o aumento da dívida poderá levar, em breve, a um rebaixamento do rating.

"O rating actual baseia-se na capacidade do governo de desenvolver rapidamente uma estratégia credível para interromper e, finalmente, reverter o aumento da dívida. Essa estratégia ainda não foi lançada até ao momento", justificou a Moody"s, citada pelo Financial Times (FT).

A Eskom tem funcionado, nos últimos anos, graças a resgates do Estado, já que a receita gerada com a venda de energia eléctrica não tem assegurado receita suficiente para cobrir os gastos e os custos dos juros da dívida, apesar de na última década as tarifas de electricidade terem subido 500%. Em três anos, o Estado injectou na empresa 8,6 mil milhões USD.

Em Fevereiro, o Tesouro alocou o equivalente em rands a 1,7 mil milhões USD, por ano, nos próximos três, num total de 5,1 mil milhões USD, como recorda o site de notícias económicas sul-africano Fin24. E a Assembleia Nacional aprovou uma dotação especial de 4,3 mil milhões USD, para o pagamento de juros sobre a dívida.

O governo de Cyril Ramaphosa está pressionado a reformar, com urgência, a Eskom, como deixou claro o ministro das Finanças, Tito Mboweni, ao FT dias depois de o ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan, anunciar o plano de reestruturação da empresa. (...)


(Leia o artigo integral na edição 549 do Expansão, de sexta-feira, dia 8 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)