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Opinião

Pessoas e pessoas

Capital Humano

É importante que as organizações tenham especialistas em felicidade. Não só organizacional, mas também pessoal (...) Mas aqui, tal como no coaching, importa estar atento às certificações de qualidade e reconhecidas. É importante referir que estes novos profissionais não vêm substituir os directores de recursos humanos.

Nunca como hoje se falou tanto em bondade, felicidade, flexibilidade laboral, saúde mental, entre outras práticas que promovam o bem estar e as boas relações entre as pessoas nas organizações. A grande questão que se coloca é se estes temas são, de facto, relevantes ou se são apenas fait divers para colmatar falhas nestas mesmas organizações. Uma verdade é que hoje as pessoas dão mais valor a estes temas do que no passado.

A velocidade com que os dias passam por todos nós, associada aos inúmeros eventos e acontecimentos a que queremos fazer parte (FOMO - Fear Of Missing Out), fazem com que muitas vezes não tenhamos tempo para o que realmente importa, ou seja, para a nossa família, amigos e para cimentar boas relações no local de trabalho.

Estamos quase sempre demasiado ocupados em olhar para o telefone e pouco para as pessoas, isto em todos os contextos das nossas vidas. Até as crianças de tenra idade. Facilmente recebemos relatórios de utilização do telemóvel (ou outro dispositivo) que refere que passamos diariamente, em média, cerca de 6 ou 7 horas a olhar para o mesmo. Tendo em conta que deveríamos dormir pelo menos 7 horas e trabalhamos mais 8 horas, pouco resta para darmos atenção a quem importa. É óbvio que muitas dessas horas a olhar para o telemóvel se passam no local de trabalho, em jantares de amigos e até mesmo na cama.

Na minha opinião, esta dependência extrema que a maioria de nós passa a olhar para um dispositivo electrónico, deve-se a várias razões, sendo que neste caso falarei de 3. A solidão, que é um dos principais temas da actualidade e do futuro. O querer demonstrar em redes sociais o nosso estado de espírito, seja ele positivo ou negativo. Por fim, o tal FOME já abordado anteriormente, uma vez que muitos eventos "interessantes" são lá colocados. O que nos esquecemos, com esta dependência, é que perdemos a fluência verbal, o raciocínio, o "fazer conversa" e a optimização de relações pessoais. Ou seja, deixamos de saber ser pessoas, para sermos apenas qualquer coisa parecida com autómatos. (...)


(Leia o artigo integral na edição 551 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)