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Davos discute qual o melhor capitalismo 50 anos após primeira reunião

FÓRUM ECONÓMICO MUNDIAL

Do palco dado a Trump para autopromoção, ao mea culpa do presidente executivo do Fórum Económico, que estendeu a passadeira vermelha a Greta Thunberg, símbolo do poder da juventude na definição de novos rumos, Davos desafiou governos e "donos" do dinheiro com a pergunta: "Que tipo de capitalismo queremos?"

Cinquenta anos depois do manifesto de Davos, que deu origem ao Fórum Económico Mundial, com várias crises económicas pelo meio e uma crise financeira mundial que fez estremecer o sistema financeiro global, 2.800 líderes políticos e empresariais, entre os quais 50 chefes de Estado e de governo, discutiram na pequena estância dos Alpes Suíços "que tipo de capitalismo queremos?"

A pergunta foi lançada por Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, dias antes do início do encontro que reúne a nata empresarial mundial. Esta "poderá ser a questão essencial" da era e, "se quisermos preservar o nosso sistema económico para as gerações futuras, temos de responder-lhe de forma correcta", justificou num artigo na página oficial do Fórum, onde Angola esteve representado pela ministra das Finanças, Vera Daves, que aproveitou o encontro para apresentar o programa de privatizações do Governo a potenciais investidores.

Entre o "capitalismo de accionista", adoptado pela maioria das corporações ocidentais, que defende a maximização do lucro como principal objectivo, e o "capitalismo de Estado", modelo seguido pela China, que "confia ao governo a definição do rumo da economia", Klaus Schwab contrapõe o "capitalismo de intervenientes", como "melhor resposta aos desafios sociais e ambientais da actualidade".

"Juntamente com as pressões da indústria financeira para aumentar os resultados de curto prazo, a ênfase obstinada nos lucros fez com que o capitalismo de accionistas se tornasse cada vez mais desligado da economia real. Muitos reconhecem que esta forma de capitalismo deixou de ser sustentável. A questão é: porque foi só agora que as atitudes começaram a mudar?", questionou o fundador do Fórum de Davos, admitindo que a discussão pode ser consequência do "efeito Greta Thunberg".

A jovem activista climática sueca, segundo Schwab, veio lembrar que "a adesão ao actual sistema económico representa uma traição às gerações futuras, devido à insustentabilidade ambiental".

Um novo manifesto

A rejeição dos millenials e da Geração Z (que atingiram a idade adulta no início do novo milénio), que "já não querem trabalhar" ou "comprar a empresas que não tenham outros valores, para além da maximização de valor para os accionistas", ajudou colocar o tema na agenda do 50.º Fórum de Davos.

Consagrado ao lema "Accionistas para um mundo coeso e sustentável", este encontro é o momento para aprovar um novo Manifesto de Davos, que "afirma que as empresas devem pagar a sua quota-parte de impostos, mostrar tolerância zero para com a corrupção, defender os direitos humanos em todas as fases das suas cadeias de abastecimento globais e defender condições concorrenciais competitivas - especialmente na "economia de plataformas", afirmou, defendendo ajustes na remuneração dos executivos, para esbater as disparidades acentuadas desde a década de 1970. (...)


(Leia o artigo integral na edição 558 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Janeiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)