Dois em cada três projectos do PIIM permanecem na "gaveta" a cinco meses do fim do programa
O "trunfo" do Presidente da República para reduzir as assimetrias regionais ainda só tem 8 projectos concluídos. Dos 1.883 projectos, apenas 691 estão já em execução. O Fundo Soberano paga a factura, com 2 mil milhões USD, mas apenas 3% dessa verba foram gastos.
A seis meses do fim do período para conclusão do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), dois em cada três projectos ainda não saíram da gaveta, segundo apurou o Expansão com base nos dados do boletim informativo do mês do Junho da Comissão Interministerial para a implementação deste programa que visa desenvolver os municípios.
Dos 1.883 projectos inscritos, identificados no somatório das 18 províncias do País, 691 estão em execução, 1.192 aguardam pelo aval das autoridades para saírem das gavetas e apenas 8 foram concluídos nas províncias de Luanda, Huíla e Bié.
As províncias da Huíla, Bié e Moxico, são as localidades com mais projectos em execução. Já a Capital do País, de um total de 170 projectos inscritos, apenas 26 estão em execução.
O plano apresentado em Junho do ano passado pelo Presidente da República está a ser financiado pelo Fundo Soberano, que vai perder 2 mil milhões USD para suportar o "trunfo" de João Lourenço para desenvolver os 164 municípios do País. Deste valor, já foram desembolsados mil milhões USD, de acordo com um comunicado divulgado na semana passada pelo Fundo Soberano, que até 2018 foi liderado por Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente da república.
Entre os projectos em execução e concluídos até ao mês passado, altura em que a Comissão Interministerial para a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios fez o balanço de um ano de existência do PIIM, estavam aplicados 34 mil milhões Kz. À taxa média de câmbio daquele mês, trata-se do equivalente a 58 milhões USD, cerca de 3% da verba destinada ao programa.
O Expansão solicitou esclarecimentos ao Ministério das Finanças para, perceber se o programa irá ser alargado, uma vez que termina dentro de cinco meses, mas não obteve resposta até ao fecho de edição.
(Leia o artigo integral na edição 584 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Julho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)