Cinco maiores seguradoras reduziram prejuízos em 31% para 10 mil milhões Kz
A ENSA é a "campeã" dos prejuízos em 2019. Por outro lado, os prejuízos da Global Seguros diminuíram em 76%, mas a seguradora vê o auditor externo e o conselho fiscal a alertar para o risco da continuidade das operações devido ao registo de capitais próprios negativos de 17,1 mil milhões Kz.
Os prejuízos acumulados das cinco maiores seguradoras - Ensa, Saham, Fidelidade, Nossa e Global Seguros - registaram uma redução de 31%, saindo de -15.216 milhões Kz em 2018 para -10.427 milhões em 2019, de acordo com os cálculos do Expansão com base nos relatórios e contas de 2019.
Esta melhoria nos resultados resulta, sobretudo da redução dos prejuízos da Global Seguros, que em 2018 registou prejuízos de 19.385 milhões, passando para 4.745 milhões, uma redução dos prejuízos em 76%.
Esta seguradora cujo maior accionista é o banco Keve, está em falência técnica há dois anos, registando um capital próprio negativo de 17.079 milhões Kz. Segundo o auditor independente às demonstrações financeiras, a UHY, que apresentou duas reservas às contas, admite que a continuidade das operações da seguradora depende, assim, da injecção de capital pelos seus accionistas.
Entre as reservas apontadas, o auditor refere que a Global Seguros foi notificada de que vai ser alvo de um processo judicial por incumprimento de um acordo de pagamento com a GBG Insurance no valor de 17,5 milhões USD, dos quais 10,5 milhões USD estão em incumprimento. No entanto, revela que estão em curso negociações para regularizar a situação.
Se por um lado os prejuízos da Global Seguros (tem 5% da quota de mercado) diminuíram, melhorando o acumulado das cinco maiores seguradoras, por outro os a ENSA - a que tem a maior quota de mercado - passou de lucros a prejuízos de 9.946 milhões Kz. Carlos Duarte, o PCA da instituição desde Novembro de 2019 justifica, no R&C 2019, que estes resultados resultaram da estratégia de saneamento financeiro da ENSA, nomeadamente ao nível da constituição de provisões para reflectir "uma maior prudência" ao permitir "uma menor exposição a prémios incobráveis".
(Leia o artigo integral na edição 585 do Expansão, de sexta-feira, dia 31 de Julho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)