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Opinião

"O nível de integração económica de Angola na SADC"

Convidado

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) está a comemorar o seu 40.º aniversário, com o foco sobre a necessidade de industrialização da região, numa estratégia que passa pela transformação estrutural das economias, maior estabilidade macroeconómica, incremento dos níveis de integração entre os 16 Estados membros e numa maior estabilidade política e social da região. Muitos daqueles objectivos poderão ser alcançados na base de uma região mais bem integrada, através do alargamento dos mercados, acesso a bens e serviços a preços competitivos e repartição equitativa das vantagens comparativas de cada país.

Contudo, de forma genérica, a SADC, nestes 40 anos de existências e 28 de operacionalização do tratado de Windhoek, ainda é uma das regiões de África menos bem integrada economicamente. De acordo com a segunda edição do reporte sobre o índice de integração de África(1), das oitos sub-regiões do continente, a SADC apresenta o segundo pior desempenho nos diferentes critérios de integração regional - i) Integração do Comércio; ii) Integração da produtividade; iii) integração em infra-estruturas; iv) liberdade de movimentação das pessoas; e v) integração macroeconómica.

E, internamente, na região da SADC, os níveis de integração não variam muito, sendo que apresenta o nível de dispersão mais reduzido do continente. Contudo, existem países que teimam em seguir a cadência/velocidade abaixo da média. Parece ser este o caso de Angola. O País que é o segundo maior em termos de PIB da região, atrás da África do Sul, tem um dos piores desempenhos nos níveis de integração da região.

O País que tem postergado a sua integração à Zona de Livre Comércio da SADC, desde Março de 2004, com o argumento de estar a criar as condições internas para reduzir os impactos negativos da integração, com a modernização e estruturação do tecido produtivo, reabilitação e construção de infra-estruturas de transporte e comunicação - condições necessárias para absorver os benefícios da integração regional e reduzir os custos associados com este arranjo da economia internacional -, fez muito pouco para justificar o seu estatuto de potência regional, pelo menos, no capítulo da integração económica.

Pois, segundo o índice de integração regional referente ao nível de 2019, se comparada a média do nível de integração da Zona da SADC, continua a fazer muito pouco. Com uma cotação global de 0,226 pontos o País fica abaixo da média da região, avaliada em 0,337 pontos. A classificação de Angola é justificada, fundamentalmente, pelo fraco desempenho na dimensão da "Integração Macroeconómico" (0,093 pontos) - onde o País apresenta o pior desempenho na região e em África no geral, só é superado pelo fraco desempenho do Sudão do Sul - na "Integração das Infra-estruturas" (0,107 pontos) e na "Integração do Comércio" (0,197 pontos).

*Economista

(Leia o artigo integral na edição 588 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)