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"Teoria dos Leilões" oferece inúmeras soluções a Angola

Prémio Nobel da Economia

A "Teoria dos Leilões", que oferece uma melhor compreensão dos leilões e dos seus resultados, valeu aos economistas norte-americanos Paul Milgrom e Robert Wilson o Prémio Nobel da Economia deste ano.

Mas, apesar da sua importância na geração de lucros a quem vende e a quem compra, tem pouca aplicabilidade em Angola, onde ainda se realizam poucos leilões, como constatam os economistas Mateus Maquiadi e Wilson Chimoco.

O Estado usa os leilões "para vender títulos, privatizar empresas públicas", a AGT para "vender mercadorias", o BNA para "vender divisas" e a Bodiva para "transaccionar títulos no mercado secundário", descreve Maquiadi, notando que, quando aplicada, a teoria desenvolvida por Milgrom, de 72 anos, e Wilson, de 83, traz "inúmeras vantagens, sobretudo para países como Angola, com níveis agudos de corrupção, onde os bens e serviços são muitas vezes alocados na base do favoritismo".

"O uso frequente e correcto dos leilões pode erradicar esse problema e gerar eficiência económica", sublinha Maquiadi, descrevendo a "Teoria dos Leilões" como um "conceito de alocação transparente de recursos num mercado livre, que gera utilização ideal do bem".

Wilson Chimoco sublinha também a importância dos leilões no "aperfeiçoamento das estruturas de mercado", sobretudo "os mais concentrados - oligopólios e monopólios - e com reduzido nível de informação e concorrência, como é o caso do angolano e "na mitigação das incertezas", já que melhora a "eficiência das decisões".

São inúmeros os sectores da economia onde pode haver uma "aplicação generalizada dos leilões", refere. Desde a licitação de poços de petróleo, à cedência de licenças para exploração de minerais, florestas ou espaço aéreo, assim como a captura de pescado. Além disso, a "estruturação de leilões com regras claras e sem favoritismos" iria pôr os empresários a concorrer em pé de igualdade na aquisição de activos do Estado e daria "melhor desempenho" a programas do Estado, como o PROPRIV e o PIIM.

"Relativamente à economia angolana, uma aplicação correcta das lições da "Teoria dos Leilões" iria contribuir decisivamente para o posicionamento estratégico de quem negoceia os contratos públicos do País, tanto na contratação de financiamento, como na alocação de grandes projectos de desenvolvimento, quer seja os últimos blocos petrolíferos licitados na bacia do Namibe ou a exploração de terras raras no Huambo", salienta Chimoco.

Maximizar as receitas do Estado

Mateus Maquidi usa os leilões da AGT, onde são vendidos lotes de mercadorias, para dar exemplos da eficácia da teoria desenvolvida pelos dois economistas norte-americanos.

(Leia o artigo integral na edição 596 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)