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Angola

ONU com previsão de crescimento para 2021 mais optimista que Governo e Banco Mundial

Sem descartar recessão caso riscos negativos se verificarem

O Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA), através da sua analista que acompanha as economias lusófonas não descarta um cenário de recessão para Angola se os riscos negativos se verificarem, e aponta para um crescimento económico de 1,2% para este ano.

Em declarações à Lusa, na sequência da divulgação do relatório do UNDESA sobre a Situação Económica e Perspetivas Mundiais, Helena Afonso afirmou que "há riscos significativos relativos à capacidade de as políticas macroeconómicas e reformas estruturais garantirem sustentabilidade externa", cenário que a consultora prevê agravar-se perante "uma nova onda de infecções ou se as medidas previstas não conseguirem estimular a procura interna, nomeadamente o investimento".

Ainda assim estas previsões de crescimento para Angola são mais optimistas que o cenário macroeconómico do próprio Governo, que é de 1%, e do Banco Mundial, que no relatório das Perspectivas Económicas Globais aponta para uns magros 0,9%. A equipa económica das Nações Unidas fica no entanto aquém do cenário de crescimento avançado pelo FMI, que espera que Angola cresça 3,2%, em 2021.

A analista estima que em 2020 a economia angolana "tenha contraído pelo quinto ano consecutivo, cerca de 3%", devido ao decréscimo da procura externa, descida do preço do petróleo e às medidas restritivas para conter a pandemia, no entanto para 2021 crê que "as dificuldades económicas continuem em Angola, prevendo-se um crescimento de 1,2% este ano".

A analista refere que o Governo "imprimiu medidas fiscais para conter a pandemia, por exemplo gastos adicionais em saúde, adiamento de impostos em certas importações, mas a resposta fiscal tem sido limitada pelos níveis muito elevados de dívida pública, acima dos 100% do PIB", ainda que beneficiada pela "adesão do país à Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) que permitiu adiar o pagamento de dívida".

Em matéria de inflação, a UNDESA antevê uma redução de 23% em 2020 para menos de 20% este ano devido ao abrandamento na depreciação do kwanza.

Helena Afonso considera também que "a quarta revisão do programa permitiu um novo desembolso de 487 milhões de dólares, e isto será uma importante fonte de financiamento externo para ajudar o país a lidar com esta crise", concluiu a analista.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados no continente africano é de 3.438.133 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 25.062, para um total de 2.903.296 desde o início da pandemia.