Luanda mais próxima
O novo sistema de Trânsito Rápido por Autocarros (BRT, sigla inglesa para Bus Rapid Transit), que o Governo quer implementar em 2017, promete vir a ser uma revolução para Luanda.
A capital do País mantém-se como o principal centro de tráfego de pessoas e mercadorias. Todos os dias, milhares de veículos entram e saem da cidade, gerando intensas filas de trânsito quer nos acessos, quer no interior de Luanda, o que tem custos económicos e ambientais. Custos económicos porque o tempo perdido em transporte também é dinheiro para empresas e famílias, custos ambientais porque os gases poluentes libertados prejudicam o meio envolvente.
Um sistema de transportes públicos de passageiros eficaz é um factor decisivo para o aumento da produtividade. Em todas as capitais dos países mais desenvolvidos do mundo, as pessoas e as mercadorias movimentam-se sem problemas a generalidade das vezes, com rapidez e conforto. Frequentemente, as pessoas percorrem longas distâncias até chegarem a Luanda para trabalharem, e depois perdem outras tantas horas no regresso a casa, o que gera cansaço e desmotivação. E isso afecta o desempenho no trabalho, queiramos ou não. O projecto do Governo é, por isso, importante, e vem numa altura em que o País precisa de ganhar eficiência e produtividade.
A diversificação da economia precisa destes ganhos para poder avançar de forma sustentável. Melhor mobilidade é positivo para a economia. Um sistema de transportes públicos de passageiros moderno em Luanda é decisivo para melhorar o ambiente de negócios. Angola vive uma fase de incerteza e de dificuldades orçamentais. Escolher bem os investimentos públicos - isto é, optar por aqueles que têm um efeito reprodutivo - tornou-se ainda mais determinante para garantir o seu sucesso.
O BRT não deve, contudo, tornar-se vítima do momento, mantendo- se como uma prioridade e, por isso, deve merecer financiamento. Luanda precisa de um sistema de transportes funcional, que aproxime pessoas e empresas em vez de as afastar, e que não acrescente ineficiências a outras que já estão presentes na nossa sociedade.
Sem isso, há negócios que não serão feitos e, nos que já existem, continuará a haver custos acrescidos, que se juntam a outros que também pesam no resultado final, como a energia ou a água, e que tornam a nossa economia menos competitiva.