Zika e atrasos nas obras ensombram Jogos Olímpicos
O temor de alguns desportistas que vão competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em relação ao vírus Zika e o atraso na construção do velódromo ainda preocupam analistas, a dois meses do início da prova.
Faltam somente dois meses para o arranque dos Jogos Olímpicos, mas o país está mergulhado numa crise política e económica que ocupa a opinião pública brasileira.
A crise económica, a maior desde os anos 1930, e o afastamento da presidente, Dilma Rousseff, num processo de "impeachment" marcam a agenda mediática do país, obrigando a organização a reduzir os gastos anunciados para os Jogos Olímpicos.
A violência nas ruas do Rio de Janeiro, os atrasos na construção de uma linha de metropolitano e as dificuldades financeiras do governo estadual para pagar horas extraordinárias aos elementos de segurança são outras das preocupações, elencadas pela agência noticiosa Efe.
No entanto, o vírus Zika é a questão mais sensível para os participantes. Nos últimos dias, um grupo de 150 especialistas em saúde pública pediu o adiamento dos Jogos Olímpicos ou a mudança de local, para evitar a propagação da doença para todo o mundo.
Alguns atletas já admitiram que podem não participar na prova, com receio da doença, como é o caso do basquetebolista Pau Gasol.
Em resposta, o ministro brasileiro da Saúde, Ricardo Barros, considerou um exagero esse pedido e alegou que todos os estudos científicos mostram que as doenças transmitidas pelo mosquito 'Aedes aegypti' têm uma prevalência mínima em agosto, durante o período de inverno no Hemisfério Sul.
Pedir o adiamento é "um excesso de zelo. A doença está em 60 países e onde vivem 1,3 milhões de pessoas. Não serão uns Jogos Olímpicos que aumentarão ou reduzirão a propagação do vírus", justificou.
Numa visita na quarta-feira ao Rio de Janeiro, uma equipa do Comité Olímpico Internacional admitiu que o velódromo é o único equipamento com obras em atraso.
"A pista foi montada há um mês. O que faltam são complementos da instalação", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do comité organizador.