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Angola

Angolanos ficaram em média 1.158 USD mais pobres em 2015

Relatório Social Universidade Católica

O rendimento por habitante em Angola recuou 23,1 %, de 5.014 USD, em 2014, para 3.856 USD, no ano passado. A queda da riqueza por habitante é um dos sintomas da "deterioração generalizada das condições de vida da população", de acordo com o diagnóstico do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.

Não obstante a insuficiência de informação oficial disponível sobre o comportamento dos principais indicadores sociais, o Relatório Social 2015 do Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) concluiu que o país registou no ano passado uma deterioração generalizada das condições de vida da população e um agravamento do défice de participação democrática.

As razões são tanto de natureza económica quanto política, dizem os autores que seleccionaram em exclusivo para o Expansão os principais destaques do documento.

Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) angolano aumentou apenas 2,8%, quase não cobrindo o crescimento populacional de 2,7%, a taxa de desemprego manteve-se no intervalo entre 20% e 24%; o rendimento médio por habitante, quer em Kz quer em USD, diminuiu consideravelmente, interrompendo uma sequência temporal positiva; e o poder de compra dos rendimentos do trabalho sofreu desvalorizações significativas pela taxa de inflação e pela taxa de câmbio da moeda nacional.

Por outro lado, notabilizou- se a manutenção da repartição injusta da riqueza nacional através da restrição do acesso a bens e serviços sociais, nomeadamente saúde e educação, bem como o aumento das dificuldades de funcionamento do espaço público.

O crescimento pífio do PIB em 2015 - o segundo pior crescimento registado desde a crise financeira e económica internacional de 2008/2009 - indica que o País ficou mais pobre e que a maior parte dos seus cidadãos deve ter-se tornado mais remediado. O PIB por habitante, em valores nominais, regrediu 9,6% em kwanzas. Em dólares americanos, a diminuição foi de 23,1%. A linha tendencial da taxa de variação do PIB por habitante confirma a elevada probabilidade de, no futuro, se continuar a verificar a degradação das condições de vida da população.

Daí fazer todo o sentido a pergunta: - O que há efectivamente para distribuir até 2020, admitindo a ultrapassagem do período de acumulação sucessiva de défices fiscais?

(Leia a notícia na íntegra na edição 384 do Expansão, de sexta-feira 19 Agosto 2016, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas)