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Opinião

A baderna da Rua 15 no Mártires de Kifangondo

Norberto Carlos

As dificuldades económicas que vivemos, nestes últimos anos, vieram legitimar a ociosidade de uma boa parte da população urbana. Nas grandes cidades como Luanda, elas criaram óptimas oportunidades para os angolanos e para os imigrantes. Por causa disso, alguns indivíduos aliaram-se a negócios ínvios e obscuros. Outros engrossaram a informalidade. Neste rol de dificuldades, os oportunistas viram uma porta aberta para o enriquecimento rápido.
No caso, em particular, da inflação e das disparidades das cotações das moedas, entre os mercados formal e informal, um buraco se abriu. Os vivos cá da banda, aqueles que têm acesso às divisas, viram nesta porta aberta uma oportunidade.
É nesse fio de navalha entre o formal e o informal que acontece o enriquecimento de uns poucos sem grande trabalho. Quem visita com regularidade a rua 15, do bairro Mártires de Kifangondo em Luanda, sabe disso. Aí funciona uma cidade financeira informal. Em toda a sua extensão, ela transformou-se numa Wall Street à angolana.