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Opinião

A maka é a (falta de) competitividade...

Opinião

Se há algum consenso sobre a economia angolana é a sua petrodependência. Os números não mentem.

O petróleo tem assegurado consistentemente mais de 95% das exportações, entre 70 e 80% das receitas fiscais e pouco menos de metade da riqueza gerada anualmente no País.

Os números melhoraram nos últimos anos, mas isso deveu-se fundamentalmente à descida do preço do petróleo e não a uma diversificação das exportações, receitas fiscais e economia.

Mas, tal como nos humanos, a febre não é uma doença mas sintoma de alguma infecção, a petrodependência é apenas o sintoma de uma doença que se chama falta de competitividade: incapacidade de as empresas angolanas produzirem bens e serviços com um preço e uma qualidade vendáveis internacionalmente.

Todos os diagnósticos apontam nesse sentido: a principal "maka" da economia angolana é a (falta de) competitividade. E nessa matéria as coisas estão praticamente na mesma.

No relatório 2013/2014 do Fórum Mundial para a Competitividade, último em que participou, Angola ocupa uma modestíssima 142ª posição entre as 148 economias do ranking. A nível da África Subsaariana, o País ocupa a 30ª posição entre os 34 países considerados e na SADC é 13º em 13 - a República Democrática do Congo não entra na classificação do WEF. No ranking anterior em que Angola entrou, referente a 2010/2011, Angola era 139ª entre 142 economias.

Na última classificação sobre o ambiente de negócios do Banco Mundial, referente a 2017, Angola ocupa a 182ª posição de 190. No ano anterior era 181ª entre 189. No programa de Governo com que se apresentou ao eleitorado, o MPLA fixou como objectivo "subir no mínimo 12 lugares, atingindo a posição 168, na classificação internacional do ambiente de negócios. Quem escreveu o programa não deve ter consultado os últimos rankings pois em nenhum deles uma subida de 12 lugares coloca Angola na 168ª posição. Mas adiante.

Força de trabalho com formação inadequada, burocracia do Estado, oferta insuficiente de infra-estruturas, corrupção e dificuldades no acesso ao financiamento, são sistematicamente apresentados como os "bilos" mais problemáticos para os negócios em Angola. É nestes factores de competitividade que o Presidente da República eleito e os seus ministros devem concentrar todas as energias.