Em 2018, entrará em vigor a Norma Internacional de Relato Financeiro 9 Instrumentos Financeiros ("IFRS 9"). A adopção e implementação desta norma contabilística representa um conjunto de desafios importantes para as instituições. Com efeito, a IFRS 9 introduz um novo paradigma quer na classificação e mensuração dos activos financeiros quer no cálculo e reconhecimento das perdas por imparidade associadas a esses activos financeiros.
A abordagem baseada em princípios da IFRS 9 tem o mérito de atender à diversidade de instituições que se encontram abrangidas pela respectiva aplicação. No entanto, ao mesmo tempo, não sendo suficientemente prescritiva, não define metodologias detalhadas e específicas de cálculo. Isto tem como consequência que a necessidade da selecção de técnicas de estimação da perda esperada esteja sujeita a um elevado grau de julgamento por parte dos gestores das instituições abrangidas pela norma e que, por conseguinte, as metodologias, abordagens e resultados possam variar significativamente entre instituições, obrigando a um maior nível de detalhe nas divulgações.
Esta abordagem, assente em princípios e os impactos que esta norma tem ao nível da estratégia de negócio, implica a necessidade do desenvolvimento de uma estrutura de governance que participa nas tomadas de decisão, no âmbito da implementação da norma, nomeadamente ao nível das metodologias e parâmetros definidos, garantindo a sua consistência e coerência e das alterações aos sistemas e controlos.

*Sénior Manager da KPMG

(Leia o artigo na integra na edição 440 o Expansão, de sexta-feira 22 de Setembro de 2017, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)