Agricultores afirmam que acesso ao crédito agrícola continua difícil
As dificuldades no acesso ao crédito, que impede a mecanização da agricultura, a falta de registo civil e a legalização de terras, são dificuldades apontadas no XVIII Encontro das Comunidades, que decorreu em Caluquembe, província da Huíla, e que atrasam o desenvolvimento do sector primário em Angola.
A falta de financiamento dos projectos agrícolas continua a ser dos principais constrangimentos ao desenvolvimento da agricultura no País, afirma o presidente da cooperativa agrícola Semente do Planalto, constituída por 200 associados das províncias do Huambo e Bié. Na origem das dificuldades no acesso a financiamentos, de acordo com Francisco Vemba, está a "falta de confiança dos bancos em conceder crédito aos agricultores", devido ao facto de os primeiros beneficiados terem ainda empréstimos por reembolsar. O responsável falava durante o VXIII Encontro das Comunidades, que decorreu de 24 a 27 de Outubro, no município do Caluquembe, província da Huíla, promovido pela Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
"Os agricultores que beneficiaram de crédito e que não reembolsaram os valores mancharam a imagem de todos os agricultores e os bancos acabam por ter receio de voltar a conceder empréstimos", lamentou Vemba, que, desta forma, se vê sem dinheiro para adquirir tractores, por exemplo, para uma agricultura mais mecanizada.
A falta de laboratórios, existentes apenas em Luanda, para avaliar a qualidade das sementes, é outra dificuldade sentida. A cooperativa, detentora de 270 hectares, produz, em média, 3500 quilos de milho num hectare por ano.
(Leia o artigo na integra na edição 446 do Expansão, de sexta-feira 03 de Novembro de 2017, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)