Crise de cambiais "afunda" desempenho do sector produtivo
A falta de divisas está a contribuir para o desempenho negativo da indústria produtiva nacional, que não consegue importar matérias-primas. As indústrias transformadora e extractiva lideram a tendência negativa de crescimento, enquanto a produção da energia está em alta.
A produção industrial caiu quase 3% em 2016 em relação ao ano anterior, revela o relatório do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) sobre a Produção Industrial. Os empresários queixam-se que as dificuldades em obter divisas e os elevados custos dos bens intermédios estão na base desta quebra no sector produtivo.
Os dados indicam que a produção industrial registou, em 2016, uma variação negativa de 2,7% face ao ano de 2015. A Indústria Transformadora e a Indústria Extrativa, com um crescimento negativo de 3,5% e 2,9%, respectivamente, foram os que mais contribuíram para a evolução negativa do sector produtivo em Angola, segundo o INE. A captação, tratamento e distribuição de água e saneamento, com um crescimento negativo de 0,7% também influenciou o desempenho negativo do Índice de Produção Industrial.
Dentro das indústrias transformadoras, a fabricação de têxteis, vestuários e calçados e as metalúrgicas foram as que obtiveram maior crescimento, com ambas a atingirem 8,3% de variação positiva face a 2015. Por seu lado, as indústrias alimentares (-5,9%) e a fabricação de mobiliário e colchões (-6,9%) foram as que obtiveram as maiores quebras de produção.
Quanto às indústrias extractivas, apenas o sector dos diamantes obteve crescimento em 2016, com 2,5%, enquanto a extracção de petróleo e gás natural obteve um crescimento negativo de 3%. As restantes indústrias extractivas do país registaram quebras de produção de 6,7%.
Já a produção e distribuição de electricidade foi o único dos quatro sectores que registou uma variação positiva, de 12,9%, em termos de produção.
(Leia o artigo na integra na edição 449 do Expansão, de sexta-feira 24 de Novembro de 2017, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)