Casas de câmbio querem alargar core business e vender serviços ao balcão
O representante das casas de câmbio diz que as empresas do sector, para fazerem face à falta de acesso a divisas, querem ser agentes postais e de empresas de telecomunicações, bem como receber pagamentos de água e luz e conceder microcrédito.
Desde 2015 que o País tem enfrentado várias dificuldades para aceder a divisas. Se o principal negócio das casas de câmbio passa por divisas, qual o impacto destas dificuldades?
As casas de câmbio estão paradas. Temos consciência que estamos numa situação de crise. O momento actual exige alguma cautela e algum bom senso. Foi por este motivo que, durante os primeiros quatro meses do actual "governo" do Banco Nacional de Angola (BNA), entendemos não pressionar. Fomos conversando com os nossos associados, acalmando-os, dizendo que melhores dias virão. Mas, passado este tempo todo, pensamos que é hora das nossas preocupações também serem atendidas pelo BNA.
De que forma gostariam que as vossas preocupações fossem atendidas?
Tivemos uma reunião com os associados, onde discutimos alguns assuntos e, no final, endereçámos uma carta ao BNA pedindo o alargamento do âmbito das casas de câmbio e alguma desregulamentação. A regulamentação actual é muito rígida para o momento que as casas de câmbio vivem. Nós somos as empresas do sistema financeiro mais próximas do mercado. É a nós que o cidadão recorre quando tem micro necessidades, como o envio e recebimento de pequenos montantes. Logo, não prestamos um serviço que possa ser dispensado pelo regulador com tanta rapidez ou naturalidade.
O que é que as casas de câmbio realmente propõem com o alargamento do âmbito e com a desregulamentação?
Propusemos ao regulador que nos permita prestar outros serviços, que a nossa tarefa não seja somente a compra e venda de moeda, muito embora tenhamos a noção de que a nossa principal actividade é esta [divisas]. Pedimos um alargamento: um que tem a ver com o sistema financeiro, como é a questão da concessão de microcrédito, ou seja, no fundo, pedimos um alargamento do core business que nos permita transformar as nossas lojas em pequenas boutiques para comercializarmos outro tipo de produtos.
(Leia o artigo na integra na edição 464 do Expansão, de sexta-feira 16 de Março de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)