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Opinião

Pode-se driblar a inflação?

Angola e o mundo

Li com sérias reservas as recentes declarações do secretário de Estado da Economia, Sérgio dos Santos, acusando os empresários angolanos de fomentarem a inflação. Acredito que tais acusações sejam o corolário de estudos ou réplicas de receitas doutrinárias que podem não se aplicar a 100% a Angola, já que, como é natural, qualquer país tem as suas especificidades de que resultam diferentes conjunturas sócio económicas. Angola não é a excepção. Aliás, ainda que o referido dirigente tenha prestado um mau trabalho no anterior Executivo, como jovem quadro tem ainda muito para dar.

Não obstante as doutrinas mais conservadoras apliquem como receita para a contenção da inflação sacrifícios a curto prazo, tais como aumento da base da tributação fiscal, redução das despesas públicas, política cambial austera e aumento das taxas de juros, teremos de analisar se o "paciente Angola", extremamente dependente financeiramente da exploração e exportação de uma matéria-prima vulnerável, no caso o petróleo, estaria "fisicamente" preparado para "aguentar o tratamento de choque", à semelhança do que poderia acontecer noutros países, com uma economia assente na produção de bens de qualidade e, sobretudo, de bens e serviços exportáveis, com renome internacional (marca).
Para reduzir a inflação e o custo dos produtos essenciais para a cesta básica, o sector privado tem de estar na dianteira, o governo tem forçosamente de "emagrecer", reduzindo os seus gastos e alargando a base tributária. Mas o valor da sua arrecadação deveria ser cedido para a reabilitação e construção de infraestruturas básicas prioritárias, para incentivar o fomento agrícola, industrial, imobiliário e de prestação de serviços, através do empoderamento empresarial, que não dispensaria a capacitação e formação do capital humano, com o objectivo de absorver novas tecnologias e regras e princípios de boa governança.

(Leia o artigo na integra na edição 469 do Expansão, de sexta-feira 20 de Abril de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)