A nova hipocrisia dos recrutadores
Não é minha pretensão referir apenas aspectos menos positivos dos recrutadores, mas sim desafiá-los a repensar o seu modus operandi, e a desafiar a sua própria profissão. Estes são profissionais que podem realmente fazer a diferença num mundo tão competitivo, ao indicar as pessoas certas, não pelas suas experiências, mas sim, pelas suas competências.
Muito tenho escrito sobre o triângulo amoroso recrutadores, profissionais e empresas. Tenho também defendido que os profissionais de excelência, em qualquer nível de senioridade, deveriam ser representados por "agentes" profissionais. Algo muito parecido com o que existe no outplacement, mas em que o "agente" recebe a sua parte apenas na colocação do profissional, não existindo um fee [taxa] fixo, mas também o profissional deverá receber uma parte do montante total, assim como a empresa que "vende" também deveria ter a sua parte. Muito à semelhança do que existe no desporto de alta competição, com a compra e venda de atletas. Mas este não é o tema desta semana.
Aqui vai a minha provocação para eles, os recrutadores, e, já agora, os "especialistas" em redes sociais e como os profissionais, que procuram um novo desafio, se devem comportar. Antes de abordar efectivamente o tema, importa salientar que existem ainda algumas exceções que confirmam a regra. O discurso nos dias de hoje baseia-se nas competências. Ou seja, o que verdadeiramente importa no profissional de hoje e do futuro, e o que as empresas procuram, são profissionais com competências diversas, adquiridas em diferentes projetos e desafios, flexíveis e dinâmicos. O mesmo discurso refere que afinal a experiência adquirida nas mais diversas organizações não é, afinal, o mais importante e que o investimento em formação tem também um papel importante em termos de influência na escolha de um profissional.
(Leia o artigo na integra na edição 474 do Expansão, de sexta-feira 25 de Maio de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)