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Angola

Económico paga dívida ao BNA com créditos sobre Grupo ENSA provenientes de activos "tóxicos"

Resgate do BESA

Analistas contactados pelo Expansão questionam-se como é que o BNA aceitou como dação em pagamento créditos que resultam da venda de activos, a maioria dos quais créditos de cobrança difícil. Em causa estão mais de 270 mil milhões Kz que inicialmente estavam para ser pagos em cinco anos mas só serão em 24 anos.

O Banco Económico (BE) pagou um financiamento do Banco Nacional de Angola (BNA) com créditos sobre o Grupo ENSA provenientes da venda de activos "tóxicos" em 2016, de acordo com o relatório e contas do BE.
"A 20 de Março de 2017, o BE transmitiu por dação em pagamento ao BNA uma carteira de Obrigações do Tesouro de Angola no valor de 14.662 milhões Kz e valores a receber da operação de transmissão e venda de activos ao Grupo ENSA Investimentos e Participações E.P. no montante de 256.963 milhões Kz (...), para liquidação integral dos financiamentos concedidos pelo BNA ao BE no montante total à data de 271.625 milhões KZ (...)", lê-se no documento.
Os 271.625 milhões Kz de empréstimos concedidos pelo BNA ao BE foram feitos no âmbito de operações de redesconto. De acordo com o banco central, as operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, na qualidade de prestamista de última instância. Na prática, as operações de redesconto são empréstimos que o Banco Central faz a bancos em dificuldades. Foi o que aconteceu com o BE que teve de recorrer ao BNA para ultrapassar os problemas herdados do Banco Espírito SAnto de Angola (BESA).
Analistas contactados pelo Expansão questionam a decisão do BNA, à época dos factos dirigido por Valter Filipe, de aceitar como dação em pagamento créditos que resultam da venda de activos, a maioria dos quais créditos de cobrança difícil.


(Leia o artigo na integra na edição 475 do Expansão, de sexta-feira 01 de Junho de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)