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FMI arrasa Recredit por ser susceptível a pressões políticas

EFICIÊNCIA DA GESTORA DE ACTIVOS "TÓXICOS" POSTA EM CAUSA

Relatório alerta que a Recredit está vulnerável a tornar-se um "depósito de créditos malparados" politicamente motivado, em que as aquisições dos activos "tóxicos" da banca correm o risco de ser determinadas por "conexões políticas" e não por critérios técnicos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a maioria do crédito malparado em Angola está relacionada com Pessoas Politicamente Expostas (PEP) e que a falta de autonomia política prejudica a eficiência da Recredit, que tem a sua "independência limitada" e é "susceptível a pressões".

De acordo com o Relatório do FMI sobre as consultas periódicas a Angola ao abrigo do Artigo IV, as "características" da empresa criada pelo Governo para gerir os activos "tóxicos" da banca nacional "causam preocupações", pois há factores comuns que contribuem para o bom desempenho das empresas de gestão de activos a nível internacional e que "estão claramente ausentes ou deficientes" no caso de Angola.

"A falta de autonomia política prejudica a eficiência da Recredit. A maioria dos créditos malparados parece estar relacionada com pessoas politicamente expostas. A Recredit, uma sociedade de propriedade integral do Governo, tem independência limitada e é susceptível a pressões políticas. Há um risco significativo de que as aquisições de activos sejam determinadas por conexões políticas e não por critérios técnicos", refere o relatório.

O FMI refere que, apesar de ter sido criada em 2016 para absorver os créditos malparados do BPC, a missão da Recredit foi alargada mais tarde a toda a banca nacional, a pública e a privada, tendo sido negociada a compra de crédito vencido ao BPC no valor de 300 mil milhões Kz e está a ser discutida, em Abril, a aquisição de 180 mil milhões a outros cinco bancos.

(Leia o artigo na integra na edição 478 do Expansão, de sexta-feira 22 de Junho de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)