Produção industrial em Angola cresceu 5,2%, a maior subida em 6 anos
O Índice que avalia a produção em Angola nas indústrias extractiva e transformadora, bem como na distribuição de electricidade e captação e distribuição de água, está há três trimestres consecutivos em terreno positivo, o que é uma raridade desde o início da crise.
A produção industrial em Angola manteve a marcha de crescimento depois de subir 5,2% no IV trimestre de 2021 face a igual período de 2020, suportada sobretudo pela evolução positiva na produção e distribuição de electricidade, gás e vapor (8,8%) e indústrias transformadoras (7,4%), indicam os dados do relatório sobre o Índice de Produção Industrial (IPI) referentes aos últimos três meses do ano passado.
Comparativamente ao trimestre anterior, a actividade industrial observou uma variação mínima de 1,1%, influenciada pela actividade da produção, distribuição de electricidade, gás e vapor com 11,2%, indústrias extractivas com 2,2% e pela captação, tratamento e distribuição de água e saneamento, com 1,1%. Contas feitas, baseando-se nas estatísticas do INE, trata-se do maior crescimento homólogo dos últimos seis anos no indicador que mede a evolução da estrutura do valor acrescentado na indústria.
O IPI avalia o desempenho das indústrias extractivas, transformadoras, da produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, da captação, tratamento e distribuição de água e saneamento. Em termos de peso, no indicador, a indústria extractiva, com 87,2% lidera, apesar de ter crescido, em termos homólogos, apenas 4,8%, nos últimos três meses de 2021, seguindo-se a indústria transformadora, com um peso de 10,1% e por fim, a produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, representando 1,7%.
Ainda dentro das indústrias extractivas, a extracção de petróleo tem um peso de 85,3% no índice geral, e registou um crescimento homólogo de 3,7%, enquanto o peso dos diamantes é de quase 2%, tendo registado um crescimento de 45,7%, face ao mesmo período do ano anterior. Para o caso do subsector dos diamantes, o crescimento deveu-se ao levantamento das restrições impostas pela Covid-19, da entrada em funcionamento de mais projectos mineiros e o aumento dos investimentos na exploração de diamantes angolanos.
Dentro da indústria transformadora, a categoria que mais cresceu no IV trimestre de 2021 face ao mesmo período de 2020, que coincide com estado de calamidade pública em função da pandemia da Covid-19 em Angola, destaque para a subida na fabricação de mobiliário, colchões e outros (53,0%), aumento da produção nas Indústrias das bebidas e do Tabaco (49,7%), fabricação de têxteis (36,1%) e indústrias alimentares (18,3%).
Por outro lado, ainda em termos homólogos, as indústrias metalúrgicas registaram uma quebra de 19,2%, enquanto a fabricação de máquinas teve um "trambolhão" de 12,0% durante o período em analise. A queda que se registou na indústria transformadora é atribuída à falta de matérias-primas e as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos, acrescentando também as dificuldades de financiamentos, falta de mão-de-obra especializada e de electricidade e água.
(Leia o artigo integral na edição 669 do Expansão, de sexta-feira, dia 8 de Abril de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)