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Bodiva negociou mais de 1 bilião Kz o ano passado, mais 35% face a 2019

Responsáveis dizem que já é possível investir em Angola por via do mercado de capitais

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) negociou, em 2020, no mercado de bolsa de títulos de tesouro, 1,18 biliões de kwanzas, mais 35% face ao ano anterior.

As contas foram feitas pelo administrador executivo da Bodiva, que se afirmou esperançado pela entrada de privados em bolsa até ao primeiro trimestre de 2022, sendo que neste momento já é possível os investidores "entrar e investir em Angola por via do mercado de capitais, sem qualquer constrangimento", assegurou Odair Costa.

O responsável, que falou à imprensa à margem da apresentação do próximo "Fórum Bodiva 2021", marcado para 4 de março, adiantou que em 2020 a Bodiva efectuou 5.512 negócios, mais 27% do que no ano anterior, tendo registado também crescimento das contas de custódia (contas que identifica titulares dos títulos ou outros instrumentos financeiros registados na Central de Valores Mobiliários de Angola).

Satisfeito com a dinâmica, o responsável contabilizou à Lusa 15.000 contas o ano passado, mas quer aumentar este número, até atingir o objectivo de fazer de cada angolano titular de uma conta bancária mas também detentor de "uma conta custódia onde possa rentabilizar a sua poupança o máximo possível, uma vez que o mercado apresenta oportunidades com taxas de rendimento bastante interessantes", acrescentou.

Odair Costa revelou que foram negociados em 2020 sobretudo títulos do tesouro, com as obrigações indexadas ao dólar face ao risco da depreciação do Kwanza, bem como "em obrigações do tesouro não reajustáveis, com taxas de rendimento bastante elevadas e que podem atingir em algumas oportunidades de mercado um rendimento de 20 a 30% até à maturidade", explicou.

A Bolsa de Dívida e Valores olha para o programa de privatizações (PROPRIV) como uma oportunidade, dado que este prevê a alienação de activos do Estado via bolsa de valores, estando prevista ainda para este ano a entrada das empresas Sonangalp, TV Cabo, Mota-Engil e Multitel, a somar às 26 que compõem a Bodiva, quase todas são bancos.

Odair Costa assegurou à Lusa que tem trabalhado em parceria com o Ministério das Finanças e o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) no sentido de preparar a Bodiva para o leilão em bolsa - dando como exemplo o BCI que deverá ser o primeiro activo a ser transaccionado no mercado, neste caso no mercado de balcão organizado -, e para a modalidade de IPO (Oferta Pública Inicial).

Sem revelar pormenores, o administrador adiantou que a Bodiva tem cerca de uma dezena de parceiros privados interessados, do sector da banca, seguros, petróleo e gás e cimentos, e que até ao primeiro trimestre de 2022 uma ou duas empresas possam entrar na bolsa. Empresas, refere, que "olham para o mercado como forma de financiar os seus projetos de expansão", explicando que a "poupança interna não é suficiente para financiar esta retoma da economia" e que é necessário atrair investimento externo para o qual a Bodiva "está preparada", disse.