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"Sou feliz no teatro mas ainda não me sinto realizada"

Conceição Diamante "Sany"

Tem uma longa carreira, mais de 30 anos, e há muito tempo que está ligada ao Grupo Julu. Levar mensagens de cidadania sob a forma de representação aos angolanos é uma das actividades que mais gosta. "É muito bom", confirma, em entrevista ao Expansão.

Começou há mais de 30 anos, sendo que ao longo da sua carreira já passou por tempos e cenários muito diferentes. Que balanço deste trajecto do teatro nacional?

O teatro nacional foi sempre marcado como uma das artes menos beneficiada, e a mais sacrificada, sem grandes meios, mas sempre a dar o seu melhor. Actualmente cresceu, mas ainda com os mesmos problemas de há 30 anos. Cresceu devido aos esforços individuais de cada grupo.

Com que dificuldades se debatem para a realização dos vossos espectáculos?

As dificuldades são inúmeras, desde a falta de salas de espectáculo, a realização, a produção e a recompensa pelo trabalho prestado.

É possível viver hoje só do teatro?

Viver somente do teatro, não digo que sim, apesar de ter havido bons momentos. Já houve vezes em que achei que fosse possível, mas a nossa realidade não mostrou isso. Quem sabe um dia? O meu caso é muito particular porque vivo apenas da arte.

Já é uma actriz realizada?

Agradeço a Deus por todas as oportunidades. Sou feliz na minha profissão, mas ainda não me sinto realizada. Tenho muitos projectos em carteira e muitas coisas para fazer.

Sente-se privilegiada por fazer parte de um grupo que participa nas grandes campanhas promocionais dos projectos do Estado?

Sinto-me muito privilegiada. Graças ao grupo de teatro Julu sou quem sou hoje. Esta participação deu-me autoreconhecimento, mais confiança. O grupo Julu é especializado em teatro comunitário para desenvolvimento.

Um trabalho diferente que não é apenas representar.

Fundamentalmente é interagir com pessoas de vários extractos sociais, inúmeras companhas de sensibilização sobre o perigo das minas, sobre a saúde, educação, registo de nascimento, PGR, IVA, Covid-19 entre outros temas. É muito bom. É realmente um privilégio contribuir para a mudança de mentalidade, para a construção da sociedade, para o resgate dos valores morais e cívicos, hábitos e costumes, e valorização da cultura nacional.

Trabalham com grupos de outras províncias ou ficam-se apenas por Luanda?

Temos tido intercâmbio com outros grupos de várias províncias. A união faz a força e faz crescer o teatro. Se bem que ainda falta muito para desenvolver.

Como gere as diversas funções, mãe, actriz?

No princípio não foi fácil, mas sempre tive o apoio da família, a minha mãe Eva Domingos e os meus irmãos, incansáveis. Com o tempo fui gerindo. No princípio o meu esposo não entendia, mas depois foi-me apoiando. Os filhos hoje estão crescidos e têm orgulho em mim e no meu trabalho.

(Leia a entrevista integral na edição 618 do Expansão, de sexta-feira, dia 1 de Abril de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)