Mesmo com riscos financeiros e instabilidade Fitch prevê crescimento em Angola de 1,7% este ano e 3,3% em 2022
Mesmo em contexto de instabilidade social elevada e com riscos financeiros, como a possível queda dos preços do petróleo, Angola deverá crescer 1,7% já este ano e 3,3% em 2022, o que permite antecipar um abrandamento da inflação para 19,7% em 2021 e 14,2% em 2022, divulgou a Fitch Solutions esta quinta-feira.
No comentário à evolução de Angola, enviado aos investidores, a consultora antevê que a economia do País "vá regressar a um crescimento moderado de 1,7% este ano e de 3,3% em 2022, com a redução dos cortes da OPEP a contribuírem para uma subida da produção e das exportações, apoiando a recuperação económica geral".
Segundo a Lusa, que teve acesso ao teor da análise, a agência prevê que a inflação abrande de 22,2%, em 2020, para 19,7% este ano, e 14,2% no próximo, antevendo uma estabilização do kwanza.
"Acreditamos que isto vai permitir que o Banco Nacional de Angola corte a taxa de juro de referência em 50 pontos base para 15% este ano, e novamente para 14% em 2022", referem os analistas.
A agência de notação alerta, no entanto, para vários riscos devido às "más condições económicas" que têm gerado "descontentamento público", apesar das reformas em curso.
Segundo a Fitch Solutions a eventual queda dos preços do petróleo para além das previsões e a depreciação excessiva do kwanza, são alguns dos riscos a ter em conta na evolução da situação económica do País, de acordo com os analistas da agência.
Uma possível depreciação da moeda nacional "aumenta o custo da dívida externa e põe em risco a sustentabilidade da dívida" e a queda dos preços do petróleo para além das previsões, "colocaria uma pressão maior na taxa de câmbio oficial, aumentando a inflação", alerta a Fitch.