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Opinião

O futuro verde e rentável das empresas petrolíferas

Em análise

À semelhança dos governos e das autoridades locais, as empresas e a indústria petrolífera e de gás (oil and gas) têm vindo a adoptar medidas no sentido de participarem, de modo activo, na neutralidade de carbono, com vista ao objectivo de emissões líquidas zero (net-zero) através da adopção de metas e medidas que permitam reduzir e compensar as suas emissões.

No actual contexto global, em que a acção climática está no topo das agendas dos governos e dos executivos, a adopção deste tipo de medidas demonstra, numa perspectiva macro, um compromisso com o planeta e com a população, bem como liderança e visão de futuro, desempenhando um papel activo na transição energética mundial.

Em surveys recentes realizados pela KPMG ("2021 CEO Outlook Pulse Survey" e "Climate change and corporate value: What companies really think"), os CEOs do Sector da Energia identificaram a alteração climática e ambiental como o principal risco que pode ameaçar o crescimento das suas organizações nos próximos anos. Adicionalmente, 93% dos líderes acreditam que a descarbonização é a chave para o sucesso numa economia net-zero.

A procura global por energia mais renovável e verde continua a crescer e os compromissos net-zero têm vindo a registar um aumento muito significativo, ao mesmo tempo que representam desafios e oportunidades para a indústria de oil and gas, que tem a oportunidade de estabelecer a sua presença e de adoptar modelos de negócio com energias limpas que possam suportar a sua recuperação e gerar crescimento num futuro net-zero.

Diversas economias dependentes do petróleo reconheceram já a necessidade de diversificar a sua produção energética ao mesmo tempo que procuram diversificar as suas economias, nomeadamente através da produção fotovoltaica, eólica, biomassa ou desenvolvendo estratégias nacionais para o hidrogénio.

A recente queda internacional dos preços do petróleo traduziu-se em perdas significativas das receitas das petrolíferas internacionais privadas e das empresas nacionais de petróleo, verificando-se uma pressão para a redução das despesas e aumentos dos dividendos. Adicionalmente, estas empresas são de capital e de mão-de-obra intensivas, tendo um papel social muito relevante nos países em que operam.

Por outro lado, a indústria de oil and gas tem provas dadas na gestão e execução de projectos inovadores de larga escala em contextos muito desafiantes, seja do ponto de vista tecnológico, físico ou geopolítico, tendo ainda um vasto know-how na indústria petroquímica e de infra-estruturas que podem ser potenciadas. Esta experiência e capacidade de execução de projectos reforça a credibilidade da indústria junto dos mercados de capitais e dos reguladores, favorecendo o investimento.

Estes pontos fortes poderão ser determinantes na execução de novos projectos de energia renovável, mobilidade eléctrica e combustíveis alternativos. Ao abraçar oportunidades emergentes, a indústria de oil and gas pode satisfazer a procura de energia mais limpa, permanecer competitiva e ter um papel determinante na transição energética mundial.

*Partner de Audit da KPMG

(Leia o artigo integral na edição 634 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)