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Angola

Países da CPLP renovam compromisso de olho na cooperação económica

Cimeira de Luanda

Terminada que está a XIII cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu em Luanda, os próximos dois anos vão confirmar ou não o optimismo das posições assumidas pelos governantes dos nove países que integram a comunidade e que se comprometeram em dar uma nova dinâmica no grupo que tem em comum a língua portuguesa.

Angola, que lidera a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa até 2023, compromete- -se a materializar o acordo de mobilidade que depois de muitos anos foi assinado, apesar dos vistos continuarem a ser obrigatórios, e concretizar o plano de acção que tem na base o aprofundamento das relações económicas empresariais.

Para isso vai contar com o apoio do Secretariado Executivo da CPLP que tem na frente o timorense Zacarias da Costa que já garantiu o seu empenho. "Vai ser uma parceria para vencer e como secretário-executivo estarei atento aquilo que a presidência desejar. Penso que vamos implementar os objectivos da presidência até porque são objectivos que já defendíamos antes a nível do reforço da cooperação económica empresarial", garante Zacarias da Costa. Para o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor é altura certa para a CPLP caminhar com objectivos bem definidos, apesar do reconhecido cepticismo dos cidadãos da comunidade.

"Penso que neste momento há uma grande vontade de todos os Estados membros de consolidar a nossa comunidade. Uma organização internacional tem sempre autos e baixos. Falamos de países mas no final temos os governos. Os governos mudam", considerou.

O novo secretário Executivo da CPLP acredita ser possível em dois anos Angola cumprir com a sua agenda, mas alerta para o papel de cada Estado na consolidação do "grupo dos nove". "

A presidência angolana veio com objectivos claros e como secretário Executivo tudo farei para que a presidência angolana tenha sucesso. Mas também depende da política de cada governo, de acelerar ou não a consolidação desta comunidade", concluiu Zacarias da Costa.

Especialistas entendem que entre os desafios da presidência angolana está também o "resgate" do Brasil que nos últimos anos tem estado quase à margem da comunidade.

"É preciso resgatar o Brasil para que volte a estar interessado na CPLP como esteve em anos anteriores. Uma CPLP com o empenho do Brasil é outra, sobretudo agora que se pretende dar mais atenção à cooperação económica empresarial. A economia brasileira é essencial para a cooperação que se procura", disse o especialista em questões internacionais Miguel Santos.

Já a professora Angela Fernandes olha para o "afastamento" do Brasil como consequência da política governativa do presidente Jair Bolsonaro.

"Com o actual presidente dificilmente o Brasil vai ter outra postura na CPLP. Este governo brasileiro olha essencialmente para os ganhos e sinceramente falando nesta altura ganha pouco com a CPLP", explicou a docente universitária.

(Leia o artigo integral na edição 634 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)