FACRA, um caso paradigmático e longe dos objectivos anunciados
Governo justificou a criação do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) com o eventual impacto positivo de 10 mil milhões USD no Produto Interno Bruto e criação de 500 mil empregos. Nada disto aconteceu
A história do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), criado oficialmente em 2012 para financiar as pequenas e médias empresas, é paradigmática relativamente à opacidade e falta de transparência, realidade que impediu o fundo de cumprir os seus objectivos.
Durante a apresentação pública do FACRA, no dia 9 de Agosto de 2012, o antigo ministro da Economia e ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Abraão Gourgel, prometia que o "impacto positivo do FACRA vai resultar num crescimento de mais de 10 mil milhões no Produto Interno Bruto (PIB) e na criação de mais de 500 mil novos empregos, diversificando a economia". Só que a Conta Geral do Estado conta uma história completamente diferente.
No exercício de 2017, por exemplo, o FACRA aprovou apenas dois projectos de investimento no valor global de 186 milhões Kz, um para o sector agrícola e outro para o sector da indústria.
No mesmo exercício, o FACRA "realizou pagamentos em remunerações dos órgãos sociais, despesas em publicidade e propaganda, consultoria e auditorias no valor de 1.561 milhões Kz", um valor quase dez vezes superior aos financiamentos aprovados segundo a Conta Geral do Estado de 2017.
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