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BAI destrona BFA e assume liderança em quota de clientes na Bodiva

COM EMPURRÃO DO MONOPÓLIO DAS OPERAÇÕES DA OPV

O número de contas de custódia que servem para medir a quantidade de investidores nos mercados Bodiva não pára de crescer e já são 37.261. Seis principais intermediários financeiros na Bodiva são bancos e controlam 94% dos clientes. BFA deixa liderança após cinco anos.

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) ultrapassou o Banco de Fomento Angola (BFA) e assumiu a liderança de volume de clientes na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA). De acordo com dados do site da BODIVA, a 17 de Maio, quando ainda faltavam duas semanas para a admissão em bolsa das acções do BAI, o BFA controlava o maior número de clientes, com um total de 15.143, e mantinha a liderança conquistada desde o início das operações na BODIVA já que tinha o equivalente a 54% da quota de clientes do mercado.

O BAI era o segundo classificado com menos de metade dos clientes do líder. Na ocasião tinha 7.201 clientes registados na Central de Valores Mobiliários, o que representava uma quota de 25% das contas dos investidores registados na BODIVA.

O Expansão voltou a visitar o dashboard da bolsa nesta quarta- feira e apurou que ao fim de 20 dias após a admissão das acções do maior banco em activos, o BAI mais que duplicou o número de clientes e conta já com 15.924, o equivalente a quase 43% da quota de clientes na BODIVA.

O BFA embora tenha menos 462 clientes que o seu concorrente foi destronado e passou à segunda posição em volume de clientes na BODIVA e hoje controla 41% das contas de custódia na BODIVA. Na base deste crescimento exponencial do BAI está o facto de o maior banco em activos ter sido o intermediário financeiro responsável pela venda dos 10% das acções que o Estado detinha no banco por intermédio da Sonangol e da Endiama.

Recorde-se que durante a OPV o BAI obrigou todos os interessados a comprar as suas acções a abrir conta custódia no banco. Facto que levou clientes da concorrência, alguns deles dos bancos top 6 (BFA, Millennium Atlântico, Yetu, BIC e Standard Bank) fossem obrigados a fazer a operação de compra das acções pelo BAI. Houve também várias pessoas que até então não tinham feito qualquer investimento na bolsa de valores que fizeram a sua estreia por via desta operação.

Em termos práticos, o elevado interesse dos angolanos em adquirir acções do BAI e o monopólio da operação favoreceram o banco. Até ao início de Maio existiam 27.897 contas de custódia registadas na Central de Valores Mobiliários que é a empresa da BODIVA que responde pela pós negociação e custódia dos valores mobiliários na bolsa de valores. Na quarta-feira o número de contas de custódia que serve para medir o número de clientes no mercado subiu para 37.261. Até Maio apenas estavam registadas as contas de custódia domiciliadas em 23 bancos comerciais e no BNA.

Nesta quarta-feira o número de intermediários financeiros apresentados aumentou para 26, já que foram incluídas as contas de custódia de duas correctoras a Lwei Brokers e a Madz Global. Pela primeira vez foi permitido ver o número de clientes destas correctoras. Os accionistas do BAI tiveram que abdicar de exercer o direito de preferência a que tinham direito. Em troca votaram a favor de colocar as acções do Banco para permitir a entrada de novos accionistas no banco em substituição do Estado.

De acordo com a BODIVA, do total dos 842 novos accionistas do BAI em substituição do Estado, 95% dos compradores das acções do BAI são particulares e apenas 5% são empresas.