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África

ATM suspeita que incêndio no Parlamento beneficiou Ramaphosa

África

As chamas deflagaram um dia antes de os deputados votarem uma moção de censura da autoria do African Transformation Movement.

O partido African Transformation Movement (ATM) considera suspeito que o incêndio que afectou o Parlamento da África do Sul tenha ocorrido na véspera da votação de uma moção de censura contra o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, noticiou o The South African.

Em nota de imprensa, o ATM defendeu a criação de um comité multipartidário para a investigar as causas do incêndio ocorrido no domingo, 2 de Janeiro. Aquele força política espera que o sucedido não seja um artifício que justifique a "emissão de licitações de emergência desnecessárias para reabilitação, hospedagem privada para a reabertura do Parlamento, ou uma tentativa de inviabilizar a votação secreta da moção de censura".

Em Dezembro de 2021, o ATM remeteu à presidente da Assembleia Nacional, Nsiviwe Mapisa-Nqakula, a moção de censura contra Ramaphosa, depois de uma decisão do Supremo Tribunal de Recurso, que deliberou pelo reenvio do documento ao parlamento, para ser apreciado pelos deputados pelo método de votação secreta.

Os fundamentos da moção de censura contra o Presidente sul-africano, na óptica do líder do ATM, Vuyo Zungula, consistem no argumento segundo o qual, desde que Ramaphosa assumiu o poder, "os gastos irregulares pelas estruturas governamentais aumentaram 61,35 mil milhões de rands no período de auditoria 2018/2019, contra os 50,1 mil milhões no período anterior". De acordo com o portal IOL, Zungula acrescenta que a má gestão económica de Ramaphosa conduziu a uma perda da confiança dos investidores nacionais e externos, bem como ao aumento da desigualdade e do desemprego.

O financiamento da campanha que conduziu Ramaphosa à presidência da República, orçado em 500.000 rands, dado pelo empresário Gavin Watson, é outro dos elementos incluídos no documento remetido ao Parlamento pelo partido ATM.

Duduzile Zuma-Sambudla, filha do ex-Presidente sul-africano, Jacob Zuma, alinhou-se às suspeitas da ATM, ao considerar publicamente, através do Twitter, que o incêndio no parlamento faz parte de uma conspiração que visa proteger Cyril Ramaphosa, comentários que se tornaram virais nas redes sociais daquele país.

As autoridades detiveram um indivíduo por suspeita de autoria do incêndio que destruiu a ala da câmara baixa do Parlamento, na Cidade do Cabo.