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EUA pressionam Israel a impedir investimentos chineses no país

Receio de espionagem com a tecnologia 5G

Autoridades norte-americanas mobilizam apoios para a criação de uma "frente unida" contra o investimento chinês, sobretudo na tecnologia 5G.

O governo dos EUA expressou, em reunião com autoridades israelitas, preocupações sobre os investimentos chineses em Israel. O diálogo que contou com a presença de especialistas em economia, relações exteriores e segurança dos dois países aliados, ocorreu em Dezembro, segundo a agência russa Sputnik News, tendo constituído a primeira ocasião em que foi abordada em profundidade a relação de Telavive com Pequim, desde a ascensão de Joe Biden à presidência.

Segundo relatório a que a Sputnik News teve acesso, o conselheiro de segurança nacional do governo Biden, Jake Sullivan, durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, e com o ministro das Relações Exteriores daquele país, Yair Lapid, mencionou a participação da China em projectos de infraestrutura, bem como preocupações com alegados hackers chineses, antes de frisar a "necessidade de estabelecerem uma frente unida contra os chineses".

A mesma fonte atesta ainda que Israel admitiu a existência de pressões da parte do governo Biden, sobre outros países, no sentido de escolherem um lado entre os EUA e a China, situação que, de acordo com especialistas, tem dividido o governo israelita, que busca um equilíbrio entre a manutenção das relações comerciais com a China e a preservação da aliança com os EUA.

O The Jerusalem Post noticiou que Israel concordou em proceder a actualizações regulares aos EUA sobre o comércio com a China no sentido de evitar tensões.

A questão de fundo é o facto de a administração Biden, dando sequência à política externa do seu antecessor, Donald Trump, levantar questões de segurança sobre os investimentos chineses, a nível da infraestrutura da Internet 5G de Israel, bem como da construção do metro de superfície de Tel Aviv, que, na perspectiva norte-americana, pode ser usada para implantação de um mecanismo de espionagem através de cabo de fibra óptica.

A reiterada posição americana, que mais se aproxima de uma estratégia de combate comercial contra a China por meio de mecanismos políticos, encontra apoio nas autoridades de inteligência do Reino Unido, como cita igualmente o The Jerusalem Post, segundo o qual, "o chefe do MI6, Richard Moore, disse que "a China pretende atrair os países pobres para a armadilha da dívida, visando o aumento da sua influência".