Um ano movimentado em termos de novas concessões petrolíferas
Este ano foram assinados contratos para a exploração de 5 blocos e existem mais 27 concessões submetidas, aprovadas ou em vias de submissão.
Em 2025, a política de concessões petrolíferas em Angola avançou com novos contratos e reafirmações de investimento que reforçam a estratégia da ANPG de dinamizar a exploração e travar o declínio estrutural da produção, estimado em cerca de 5% ao ano.
Embora a informação pública continue limitada, os anúncios feitos ao longo do ano revelam alguns movimentos relevantes, tanto onshore como offshore, envolvendo operadores internacionais e a Sonangol E&P. O primeiro marco ocorreu em Janeiro de 2025, com a divulgação dos resultados do Concurso Público Limitado da Licitação 2023, que atribuiu o Bloco KON 13, na Bacia Terrestre do Kwanza.
O consórcio vencedor ficou composto pela Oando Energy como operador, acompanhada pela Effimax, Sonangol e um interesse livre. Esta é uma das poucas concessões onshore atribuídas nos últimos anos, num contexto em que Angola procura diversificar a sua carteira para reduzir custos médios de operação, muito superiores no offshore profundo. Em setembro de 2025, durante a Angola Oil & Gas, foram firmados alguns dos acordos mais significativos do ano.
Destaca-se a assinatura do contrato relativo ao Bloco 33/24, envolvendo ANPG, Sonangol, Shell e Chevron, reforçando a presença das majors num período de forte competição regional, sobretudo com a Nigéria e Namíbia.
No mesmo evento, os parceiros do Bloco 15 formalizaram um acordo de expansão, sustentado na decisão da ExxonMobil de manter investimentos até 2037, garantindo a extensão da vida produtiva de um dos blocos mais importantes do País, responsável historicamente por mais de 2 mil milhões de barris de reservas recuperáveis.
Outro movimento relevante foi a assinatura dos contratos de partilha de produção para os blocos CON 3 e KON 15, envolvendo a Walcot, Sonangol E&P e Afentra. Estes activos, igualmente situados em zonas terrestres, inserem-se na aposta governamental no onshore, onde os custos de entrada são menores e o potencial para pequenos e médios produtores pode gerar uma nova vaga de operadores independentes.
Em termos práticos, foram assinados contratos de exploração para 5 blocos e existem nesta altura 27 concessões submetidas, aprovadas ou em vias de submissão ao Estado.
Somados, estes passos sustentam a estratégia da ANPG em reverter o declínio da produção de acordo com a estratégia 2019- -2025, que previa a atribuição de 60 até ao final deste ano, sendo que já foram assinados contratos de exploração para 37 blocos. Ainda persistam dificuldades em obter informação consolidada sobre volumes de investimento, bónus de assinatura ou cronogramas de perfuração, o que merece algumas críticas por parte da imprensa especializada internacional.
Ainda assim, as operações confirmadas apontam para um reforço da actividade exploratória, essencial para estabilizar a produção perto de 1,1 milhões de barris/dia, e para manter Angola competitiva num mercado africano cada vez mais disputado e marcado por descobertas de grande escala em países vizinhos.
Nesta altura, somos o 3.º maior produtor africano, estamos em direcção descendente, mas existem outras nações africanas que registam aumentos significativos. A competitividade é maior, mas é importante reforçar que o consumo mundial de hidrocarbonetos continua a aumentar.











