Comércio e Petróleo já só valem 36,6% do PIB
O facto é que desde que o INE actualizou a metodologia de cálculo do PIB, passando para o manual mais actualizado do FMI, e mudou o ano de base.
Durante vários anos, o sector petrolífero e o comércio valiam mais de metade do PIB angolano, tendo fechado o ano de 2024 com peso conjunto de 51,0%, ao passo que no III trimestre deste ano só já valiam 36,6% da economia, o que representa uma de redução de 14,4 pontos percentuais.
Podemos dizer que a economia está mais diversificada, já que os outros sectores ganharam mais peso, mas o facto é que o Instituto Nacional de Estatística (INE) actualizou a metodologia de cálculo do PIB, passando para o manual mais actualizado do FMI, e mudou o ano de base de 2002 para 2015, o que provocou uma revolução nos cálculos.
De acordo com os dados do III trimestre, a Extracção e Refinação de Petróleo Bruto tem um peso de 16,6% no PIB nominal, quando no final do ano passado (antes da correcção) valia 28,6%, uma diferença de 12 pontos percentuais, o que significa que hoje, por cada 100 Kz de riqueza gerada no País, só apenas 16,6 Kz têm origem no sector petrolífero.
Em parte, isto deve-se também à queda da produção petrolífera, que tem ocorrido consecutivamente todos anos, desde 2016, devido ao declínio natural dos poços. Ainda assim, o oil & gas representa 75% da produção industrial de Angola e é responsável por mais de 90% das exportações, o que demonstra um sinal claro da fraca diversificação económica do país.
Já o comércio tem actualmente um peso de 20,0% no PIB, menos 2,4 pontos percentuais do que os 22,4% apontados no final do ano passado, antes da actualização do INE. Se o comércio e o petróleo viram os seus pesos reduzidos, os sectores da Agro-pecuária e Indústria transformadora estão a ganhar peso na economia. Antes da correcção do INE, a Agro-pecuária valia 10,2% e vale hoje 16,4% (+6,2 pp), ao passo que Indústria transformadora tem actualmente um peso de 9,8% quando anteriormente pesava 8,3% (+1,5%).
Assim, as alterações resultam do processo de actualização metodológica do Sistema de Contas Nacionais (SCN), isto é, migração do Sistema de Contas Nacionais (SCN) de 1993 para o SCN de 2008 e a alteração do ano de referência do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015.
De acordo com uma nota do INE, esta mudança teve "grande impacto tendo em conta a nova dinâmica da economia" e permitiu actualizar a estrutura de base do PIB, actualizar os coeficientes técnicos, fruto do desenvolvimento tecnológico, bem como actualizar os conceitos e classificações, em função das melhorias dos estudos e actualizar as bases de dados.











