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Economia

Inflação de Maio é a mais baixa dos últimos 17 meses e mantém-se imune ao gasóleo

ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR

A inflação mensal do País continua imune ao aumento de 50% do preço do combustível para 300 Kz, o que pressupõe que os combustíveis pesam muito pouco nos diversos sectores da economia, segundo o INE.

A inflação homóloga no mês Maio, que mede a variação de preços num determinado mês do ano face ao mesmo mês do ano anterior, está a desacelerar há 10 meses consecutivos, e é a taxa mais baixa dos últimos 17 meses, segundo o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) de Maio do Instituto Nacional de Estatística (INE). É necessário recuar até Dezembro de 2023, quando o País registou uma inflação homóloga de 20,01%, para se encontrar um valor mais baixo do que a taxa de 20,74% registada em Maio deste ano.

Já a taxa de inflação mensal, que se fixou em 1,17% em Maio, está a cair há cinco meses consecutivos, tratando-se da taxa mais baixa em 24 meses. Assim, dois meses depois da subida do preço do gasóleo, a inflação mensal do País continua imune a esse ajustamento no preço do combustível, que passou de 200 Kz para 300 Kz, o que pressupõe que os combustíveis pesam muito pouco nos diversos sectores da economia, segundo os números do INE.

Para Heitor Carvalho, economista, o preço do gasóleo nos carros particulares devia ter um efeito mais significativo em Março ou Abril, dependendo da data em que o INE actualizou os preços. "Pode ser que seja mais do mesmo, porque se conhece muito mal o peso destes itens no cabaz da inflação. O que tem de acontecer é a divulgação completa da metodologia e dos dados brutos pelo INE para que os analistas possam fazer o seu trabalho", aponta o economista.

A classe "Hotéis, cafés e restaurantes" foi a que mais desacelerou nos últimos cinco meses (- -1,27 pontos percentuais), ao passar 2,08% em Janeiro para 0,81% em Maio. Segue-se a classe "Bebidas alcoólicas e tabaco" que caiu 0,74 pp e a "Saúde", igualmente com um abrandamento de 0,74% em cinco meses.

Ainda nas classes que registaram desaceleração dos preços estão os "Vestuários e calçados" (- -0,65), "Alimentação e bebidas não alcoólicas" (-0,62), "Lazer, recreação e cultura" (-0,62), "Bens e serviços diversos" (-0,21), "Mobiliário, equipamento doméstico" (- -0,14), "Habitação, água, electricidade e combustíveis" (-0,13) e "Comunicações" (-0,04), ao que os "Transportes" cresceram 0,33 pontos nos últimos cinco meses.

Já a "Educação" não registou alteração. Isto porque o INE apenas considera aumentos de preços nesta classe no período que antecede o início das aulas.

No entanto, espera-se a inflação volte a acelerar já em Junho, uma vez que os consumidores terão de arcar com mais custos devido ao aumento das tarifas de energias e da água que registaram aumentos este mês. Isto apesar de estas subclasses valerem muito pouco nos ponderadores que o INE utiliza para calcular a inflação: Consumo de água 0,77% e Electricidade e combustíveis 3,67%. O facto de a electricidade estar integrada juntamente com os combustíveis faz com que qualquer aumento seja quase insipiente na inflação medida pelo INE, à semelhança do que aconteceu com a subida dos preços do gasóleo.

O Banco Nacional de Angola (BNA) estima uma taxa de inflação de 17,5% para o final do ano, enquanto o Governo, mais optimista, aponta no relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2025 a 16,6%. Já o FMI, no último Outlook de Abril, reviu em alta a taxa de inflação do País para 20,1% face aos 18,9% previstos anteriormente.´

Luanda tem a taxa mais baixa em 20 meses

Na capital, os preços também estão a desacelerar. Os números do INE apontam que Luanda registou uma taxa de inflação homóloga de 19,78%, a taxa mais baixa dos últimos 20 meses, e está também abaixo da média nacional (20,74%). Vale recordar que a inflação homóloga de Luanda chegou a atingir os 42,82% em Junho do ano passado, tratando-se do valor mais alto desde 2004.

Assim, em termos mensais, as províncias que registaram menor variação nos preços foram: Cunene com 0,65%, Zaire com 0,82%, Luanda com 0,93%, e Cuando Cubango com 0,97%, ao passo que Cabinda com 1,76%, Cuanza Norte com 1,69%,Bié com 1,54% e Lunda Norte com 1,42% foram províncias que registaram maior variação nos preços em Maio.

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