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BFA vai a bolsa com um preço mínimo de 41.500 Kz por acção

UNITEL E BPI PREVÊEM ARRECADAR 242,2 MILHÕES USD COM VENDA DE 29,75% DO CAPITAL DO BFA

As ofertas iniciam a 5 de Setembro e terminam no dia 25 do mesmo mês, sendo que a entrada oficial em bolsa está prevista para 30 Setembro. Ao concretizar-se a operação, o BFA será a quinta empresa nacional cotada em bolsa, onde já se encontram o BAI, o Caixa Angola, a ENSA e a BODIVA.

Após várias datas para avançar com o processo de privatização do Banco de Fomento de Angola (BFA), finalmente a instituição bancária vai à bolsa no dia 30 Setembro, via Oferta Pública Inicial (IPO). Os accionistas, Unitel e Banco Português de Investimento (BPI) vão colocar 4.462.500 acções, que representam 29,75% do capital social, sendo que um lote de 300 mil acções estão reservados aos trabalhadores do banco.

As acções do BFA vão ser comercializadas num intervalo entre 41.500 Kz e 49.500 Kz e cada cidadão pode comprar um mínimo de 5 acções ou um máximo de 1.499.999 acções (34% oferta). Assim, o preço final unitário será fixo um dia útil após o término da oferta pública, previsto para 26 de Setembro.

Contas feitas, caso o preço final da oferta sejam os 49.500 Kz, e não haja rateio, o investidor que comprar o mínimo de acções disponíveis deverá investir 247.500 Kz. E para comprar o valor máximo de 1.499.999 acções deverá ter na sua conta bancária pelo menos 74,3 mil milhões Kz.

Ao todo, considerando o preço máximo por acção, em caso de colocação completa, os accionistas vão arrecadar 220,9 mil milhões Kz, o equivalente a 242,2 milhões USD à taxa de câmbio do BNA. As ofertas iniciam a 5 de Setembro e terminam no dia 25, sendo que a alteração do preço deve ser feita até ao dia 22.

A entrada oficial em bolsa será feita no dia 30 de Setembro, com a admissão oficial à negociação. Ao concretizar-se esta operação, o BFA será a quinta empresa cotada em bolsa, onde lá já se encontram o BAI, o Caixa Angola, a ENSA Seguros e a BODIVA.

A operação do BFA está a ser feita por 19 intermediários, devidos entre 10 distribuidoras, 8 correctoras e um banco comercial, o que exige a abertura de uma conta custódia (ver página 31).

As acções à venda são ordinárias e garantem a quem as comprar os mesmos direitos que os outros accionistas do banco, sendo o principal e mais cobiçado, o direito a receber uma fatia dos dividendos que o banco distribui anualmente aos seus accionistas, normalmente entre finais de Abril e início de Maio.

Este ano, o banco liderado por Luís Gonçalves (PCE), vai distribuir dividendos na ordem dos 102,9 mil milhões Kz (112,8 milhões USD), a 9.306 Kz por acção, de acordo com o relatório e contas de 2024. A Unitel vai receber quase 53,4 mil milhões Kz (58,6 milhões USD), ao passo que o português BPI fica com 49,5 mil milhões Kz (54,3 milhões USD). Se olharmos para os últimos dez anos, o BFA distribuiu 1.313,6 milhões USD em dividendos, sendo que o BPI recebeu uma fatia de 635,39 milhões USD e a Unitel de 678,21 USD. Este valor dá ideia da rentabilidade do investimento no banco, já que em muitos destes anos foi mesmo a instituição bancária com maiores lucros líquidos do mercado e a que mais tem distribuído dividendos. Por esta razão, o BPI nunca mostrou grande disposição em sair do capital social do BFA, sendo que teve de vender parte do mesmo por exigência do regulador europeu (BCE).

Valor do banco tem estado a cair

Um dado curioso é que o valor da avaliação do banco tem vindo a baixar nos últimos dois anos. No início de 2023, a Exotix, empresa especialista em operações de fusão e aquisição em África contratada pelo BPI para avaliar a sua participação no BFA fixou-a em 411 milhões de euros, o que significava um valor global da instituição de 854 milhões de euros.

No final de 2023, o BPI avaliou o valor da sua participação no BFA em 399 milhões euros, o que significava um valor de 761 milhões de euros para a totalidade do banco. E, Abril, o PCA do BPI em conferência de imprensa explicou que o BFA está avaliado em 650 milhões de euros (cerca de 756 milhões USD) e que a sua participação está avaliada em 312,6 milhões euros, o que significa, que em pouco mais de dois anos, a avaliação do BFA caiu quase 200 milhões euros e a participação do BPI em 99 milhões euros.

E na base está a depreciação do kwanza, que fez cair o valor do património do banco no País quando convertido em moeda estrangeira, "corroendo" assim, os fundos próprios do banco. Este cenário estende-se à banca angolana, já que os bancos comerciais enfrentam praticamente os mesmos desafios.

Leia o artigo integral na edição 841 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Agosto de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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