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Divisas vendidas pelo Tesouro à banca afundam 52% para 469,2 milhões USD

NO I TRIMESTRE DE 2025 FACE AO IV DE 2024

Apesar de a banca comercial ter hoje menos acesso a divisas, o certo é que esse efeito não se reflecte na taxa de câmbio, já que o dólar está estacionado na casa à volta dos 912,0 Kz desde Dezembro do ano passado. Há uma "mão invisível" a segurar o kwanza em tempos de escassez de divisas.

Nacional à banca no I trimestre deste ano caiu 52% face ao IV trimestre de 2024, ao passar de 980,3 milhões USD para 469,2 milhões, de acordo com cálculos do Expansão com base em dados do Ministério das Finanças. Desde que o MinFin começou a publicar trimestralmente (III trimestre de 2024) as vendas feitas no mercado cambial, num mecanismo que confere maior transparência ao processo, o arranque de 2025 é o período em que os bancos menos acesso tiveram a moeda estrangeira vendida pelo Tesouro.

Assim, entre Janeiro e Março a banca apenas conseguiu comprar 469,2 milhões USD, o que compara com os 980,3 milhões comprados no IV trimestre de 2024 e com os 1.085,1 milhões USD conseguidos no III trimestre de 2024.

No período em análise, o Banco Angolano de Investimentos (BAI) foi a instituição bancária que ficou com mais divisas, um total de 165 milhões USD, que corresponde a 35% dos 469,2 milhões garantidos pela banca. Segue-se o Banco de Fomento Angola (BFA) com 105 milhões USD, equivalente a 22%.

Já o Standard Bank Angola (SBA) fecha o pódio e com 68,4 milhões USD ficou com 15% do que o Tesouro colocou na banca. O MinFin começou a publicar estes dados na sequência de um editorial do director do Expansão, João Armando, em Julho do ano passado, onde fazia referência que dentro do sector da banca vingava a ideia de que o Tesouro estava a proteger alguns bancos, favorecendo-os no acesso a divisas.

O MinFin reagiu negando qualquer "suposta protecção" a determinados bancos no acesso a divisas e anunciou que a partir daquela altura iria começar a divulgar publicamente as vendas do Tesouro à banca.

Assim, nestes três trimestres de divulgação destes dados, o Tesouro vendeu 2.534 milhões USD a vários bancos, numa lista que inclui o Banco Nacional de Angola (BNA), que neste período ficou com um total de 678 milhões USD, equivalente a 27% do total, o que, segundo alguns banqueiros, não deve ser encarado como normal, já que os bancos centrais, por norma, apenas devem comprar divisas ao Tesouro quando, entre outras questões, há excesso de divisas no mercado cambial. O que não tem sido o caso.

Na altura, em resposta a um pedido de esclarecimentos do Expansão, o ministério liderado por Vera Daves de Sousa "desculpava-se" sugerindo que os bancos não têm tido liquidez imediata e que por essa razão faz essas vendas directas ao banco central, avançando que, depois, é o BNA que escolhe a que bancos vende, tendo em conta as necessidades de priorizar determinados tipos de operações de importação.

Leia o artigo integral na edição 828 do Expansão, de Sexta-feira, dia 30 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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