"Os bancos têm hoje o desafio de provar que os seus resultados não se limitam à esfera financeira, mas se revertem em benefícios tangíveis para a economia real"
Ottoniel dos Santos aponta que os resultados da banca revelam eficiência e rigor regulatório, mas também levantam um desafio: "num país que cresce a 4% ao ano, que leitura devemos fazer de lucros bancários que avançam vinte vezes mais rápido? Que riscos - ou que oportunidades - esse desfasamento revela? "questionou.
O secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, afirmou hoje, durante o XV fórum banca do Expansão, que "os bancos angolanos têm hoje o desafio de provar que os seus resultados não se limitam à esfera financeira, mas se revertem em benefícios tangíveis para a economia real".
Ottoniel dos Santos falava durante o discurso de abertura do durante o XV fórum banca do Expansão, que aborda o tema "O Valor e a Rentabilidade dos Bancos em Angola".
Segundo avançou o titular da pasta do Tesouro, em 2024, os lucros da banca comercial cresceram 82%, reflectindo, em boa parte, os rendimentos de juros e a valorização dos títulos da dívida pública, os ganhos cambiais e as reavaliações cambiais provocadas pela depreciação da moeda nacional.
"São resultados que revelam eficiência e rigor regulatório, mas também levantam um desafio: num país que cresce a 4% ao ano, que leitura devemos fazer de lucros bancários que avançam vinte vezes mais rápido? Que riscos - ou que oportunidades - esse desfasamento revela?", questiona.
Para o responsável, a questão não é - nem deve ser - a de limitar a rentabilidade dos bancos. Mas sim a de questionar o seu impacto real. "Em que medida os lucros espelham a expansão do crédito produtivo? Em que medida a rentabilidade traduz inclusão, dinamismo e inovação?", acrescenta.
Assim, Ottoniel dos Santos, a banca tem de ser mais do que uma financiadora: tem de ser uma parceira do desenvolvimento, com capacidade para estruturar propostas, mitigar riscos e apoiar negócios que ainda não nasceram - mas que podem transformar o tecido económico do País, assim como auxiliar do Executivo na materialização do processo de redução da informalidade da economia.