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Israel aproveita pausa no Irão para reforçar ataques em Gaza

TRAGÉDIA HUMANITÁRIA SEM FIM À VISTA

O Chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, confirmou na terça-feira que o exército redirecionará a sua ofensiva para a Faixa de Gaza após o início do cessar-fogo com o Irão. "Agora, o foco volta a estar virado para Gaza, para trazer os reféns de volta e desmantelar o regime do Hamas", disse.

Os números mais recentes avançados pelas instituições em Gaza dão conta que desde que a ofensiva de Israel começou naquele território, em Outubro de 2023, já foram mortos 56.000 palestianos, ao que se juntam cerca de 150 mil feridos. Nestes números não entram aqueles que morreram de fome ou de doença, de acordo com a cadeia Al Jazeera.

Também o jornal El País conformava na sua edição de quarta-feira esta dimensão de baixas, alertando para o facto de estes números estarem a subir todos os dias. Só na quarta-feira, as tropas israelitas terão morto 61 cidadãos palestianos. Apesar da tragédia humanitária que se vive na região, o Hamas continua activo, tendo na terça-feira morto sete soldados israelitas que viajavam num veículo na zona de Khan Yunis, atingidos por um artefacto explosivo artesanal. De acordo com a organização, a emboscada foi levada a cabo pelas Brigadas Al Qassam, braço armado do Hamas.

O anúncio do Chefe de Estado Maior de Israel que "o foco volta a estar virado para Gaza", deixa antever que os bombardeamentos na região vão aumentar de intensidade nos próximo dias, depois de duas semanas de relativa acalmia, quando as forças armadas daquele país estiveram concentradas nos bombardeamentos no Irão.

Se tivermos em linha de conta que os objectivos desta operação era a recuperação dos reféns e o fim do Hamas, percebemos que 19 meses depois, ainda estão por cumprir. Se por um lado, para Israel é fundamental aumentar a presença dos colonatos em Gaza, de acordo com um plano que está em andamento há mais de dez anos e que na prática serve para ampliar o próprio território israelita.

Para Donald Trump, o objectivo parece ser outro - destruir tudo, para reconstruir de novo um enorme projecto imobiliário virado para o turismo, num território gerido pelos EUA, o que na verdade não agrada muito a Israel que quer garantir a soberania de Gaza.

Olhando para estes pressupostos, o que parece certo é que a destruição da faixa de Gaza vai manter-se, pressionando as populações arranjarem alternativas para se fixarem, apesar de os países vizinhos já terem confirmado que não estão disponíveis para receberem de forma massiva a população palestiniana.

Isto só poderá acontecer por questões de sobrevivência, pelo que se entende todas as restrições que Israel impõe no território relativamente ao acesso à água, electricidade e alimentação. Assim como a destruição de todos os imóveis que tenham condições de habitabilidade.

Duas visões diferentes

Percebe-se que Trump e Netanyahu têm visões diferentes para os conflitos que ambos estão a promover no Médio Oriente. Para o primeiro as principais motivações são económicas, ganhos financeiros para os EUA mas também os grupos empresariais que apoiam o presidente americano, enquanto para o segundo as motivações são de carácter expansionista, aumento da influência e do território.

Diga-se que de forma mais silenciosa, os colonatos judeus estão também a avançar em território sírio, havendo informação que já expandiram em cerca de 60 Km face às actuais fronteiras.

Também parece claro que este "fantasma" das guerras está a ser aproveitado pelo governo americano para pressionar os seus aliados, fundamentalmente a Europa, a gastarem mais dinheiro em armamento, assumindo-se os EUA como principal fornecedor.

Na reunião da NATO realizada esta semana, Trump fez questão de estar presente para obrigar os países europeus a aumentarem os seus orçamentos em defesa e segurança até 5% do PIB, o que diga-se foi aceite pela maioria dos presentes, que numa primeira fase passa por chegar aos 3,5% a curto prazo. Para se ter uma ideia, olhando para 2024, a média dos países europeus está apenas nos 2%, sendo que as maiores nações, França (2,1%), Alemanha (2,1%) e Reino Unido (2,3%) estão muito longe deste desejo de Trump.

Leia o artigo integral na edição 832 do Expansão, de Sexta-feira, dia 27 de Junho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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