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LTP Energias leva luz a quem está fora da rede

PROJECTO FINANCIADO PELO GOVERNO DE ANGOLA

A energia solar ainda é incipiente em Angola, mas permite levar electricidade onde a rede pública não chega. Um esforço que conta com a participação da LTP Energias.

As províncias do Cuando Cubango, Cuanza Sul e Lunda Sul estão a beneficiar, desde 2016, de um projecto de electrificação de fonte fotovoltaica, e quem está a participar neste esforço para levar energia solar onde a rede pública não chega é a LTP Energias, empresa angolana, com 35% de capital estrangeiro.

A LTP, que também está presente em Portugal e Espanha, está em Angola, desde 2011, e no espaço de sete anos consolidou-se como líder nas energias verdes, ao tomar em mãos, por concurso público, o maior projecto de produção de energia solar em Angola, financiado pelo Ministério da Energia e Águas angolano.

A iniciativa, lançada pelo Estado angolano, tem como objectivo aumentar as taxas de electrificação do País, com recurso às fontes de energias renováveis. Até final do projecto, o Estado vai investir um total de 60 milhões USD, nas três províncias. O montante será gasto na instalação de postes de iluminação na via pública e em kits de iluminação (compostos por painéis solares, baterias e lâmpadas ecológicas) para esquadras, residências, hospitais, centros médicos e escolas nas zonas rurais.

Luís Figueiredo, director da LTP Energias, em declarações ao Expansão, disse que o projecto que está a ser desenvolvido nas três regiões tem um impacto positivo na vida das comunidades, já que hoje é possível encontrar pequenos negócios à noite, quanto antes era impossível por falta de energia, além de que as famílias sentem-se mais seguras com a iluminação pública.

Como se trata de uma iniciativa quase experimental, se atendermos aos indicadores de produção de energia solar, o empresário considera que é preciso intensificar o investimento no segmento das fontes sustentáveis. Fazendo uma avaliação dos projectos de produção de energia a partir de fontes renováveis, o empresário reconhece que foi uma das grandes apostas do Governo.

"São sistemas completamente adaptáveis ao meio ambiente, em todos os locais, e são de manuseamento fácil. O projecto está a meio da sua execução e temos aldeias que, nos próximos oito anos, jamais conhecerão a escuridão", afirma o responsável da empresa. Além do negócio, é gratificante "trazer alegria às comunidades" com este tipo de iniciativas, sublinha.

Sem avançar o número de beneficiários directos, nesta primeira fase, Luís Figueiredo explica que num hospital ou num centro médico é "possível iluminar todos os compartimentos sem dificuldades com lâmpadas de tipo led", o que atesta o impacto positivo deste projecto.

Em termos de oferta, Luís Figueiredo adianta que são kits básicos, mas que permitem melhorar o ambiente de trabalho. No caso dos hospitais e dos centros de saúde, para além de iluminarem, permitem alimentar uma geleira para conservar os medicamentos e um computador para o serviço administrativo. Em relação às escolas, o projecto permitiu que, nas províncias do Cuanza Sul e da Lunda Sul, os estabelecimentos abrissem à noite para ministrar o ensino de adultos. "Na Lunda Sul e Cuanza Sul, temos zonas em que apenas havia dois turnos de aulas, mas hoje já é possível encontrar as escolas abertas à noite para o ensino de adultos", explica, o responsável, lembrando que, no Cuando Cubango, a empresa está a trabalhar no interior de três municípios, concretamente Jamba, Mavinga e Rivungo, zonas de difícil acesso por falta de estradas, e onde até 2016 a energia era fornecida exclusivamente por geradores.

A LTP Energias, presente em Angola desde 2011, conta com 100 colaboradores, entre os quais 18 expatriados. No sector público, a empresa desenvolve parcerias de negócios para a iluminação das vias públicas, estradas nacionais, instalação de parques de energia eléctrica fotovoltaica para injecção na rede.

Com este negócio, a partir de fontes sustentáveis, Luís Figueiredo revelou que espera uma facturação de 20 milhões USD até final do ano, embora o grande foco seja expandir a carteira de negócios desde que haja encomendas, tanto no sector público como no privado. "Fazemos vendas ao Estado angolano e aos privados e estamos prontos para responder a qualquer situação", disse Figueiredo.

Figueiredo não fala da taxa de penetração da energia fotovoltaica no sistema eléctrico angolano, mas reconhece que os indicadores podem melhorar caso haja mais investimentos para este tipo de projectos, que permitem aumentar o nível e qualidade de vida das comunidades nas zonas rurais.


(artigo publicado na edição 503 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Dezembro de 2018, disponível em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

Solutions&Co

Nota: Pelo segundo ano, o Expansão integra o projecto Solutions&Co que, este ano, arrancou a 3 de Dezembro, data de início da COP 24, Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. Durante várias semanas, divulgamos projectos empresariais amigos do ambiente de vários países.


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