Função pública continua a perder poder de compra com aumentos abaixo da inflação
De 2014 até agora houve uma quebra do poder de compra de cerca de 55%, uma vez que neste período os preços aumentaram 2,5 vezes e apenas houve um aumento salarial para os trabalhadores do Estado, entre os 3% e os 13%.
Os funcionários públicos angolanos vão continuar a perder poder de compra pelo menos até 2022, ano em que termina o Programa de Financiamento Ampliado do Fundo Monetário Internacional (FMI), já que no acordo está previsto que o Governo deve manter os aumentos salariais abaixo da inflação.
Segundo o documento sobre o acordo, esta é uma das várias medidas a implementar para reduzir a despesa corrente do Governo Central, e que empurra para depois de 2022 a recuperação do poder de compra por parte da função pública que, desde o início da crise, em 2014, apenas obteve um aumento salarial, no caso, em Junho de 2017, antes das eleições, com aumentos entre os 3% e os 13%.
De 2014 até agora houve uma quebra do poder de compra de cerca de 55%, uma vez que neste período os preços aumentaram 2,5 vezes, ou seja duplicaram, e os salários subiram apenas 10%. Embora a perda de poder de compra possa ser menor para casos de funcionários públicos que viram a sua carreira reclassificada, com respectivo reajuste salarial, no início de 2019.
Reduzir a inflação é um dos pressupostos assumidos pelo Governo com o FMI, e o objectivo, de acordo com a carta enviada pela equipa económica ao organismo liderado por Lagarde revela que o Executivo pretende, até ao final do programa, uma inflação anual a um só dígito. Isto, depois de 2016 ter atingido os 30,7%, seguido de 29,9% no ano seguinte (ver página 4). A média anual em 2018 terá sido de 20,7%, de acordo com as projecções do FMI, que aponta a uma inflação anual de 7,9% no final do programa, em 2022. (...)
(Leia o artigo integral na edição 506 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Janeiro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)